Você sai da maternidade e seu bebê parece um anjinho. Ele dorme bastante e chora apenas quando está com fome ou se alguma necessidade precisa ser atendida, como a troca de fraldas. Por volta da segunda semana, seu neném começa a chorar de forma mais intensa, fica agitado, irritado, contrai os braços e as pernas. Se mesmo após mamar ele não se acalmar, não se desespere: chegou a hora de enfrentar as famosas cólicas do primeiro trimestre.
Em geral, elas podem ocorrer tanto em bebês que mamam no seio quanto naqueles que tomam fórmulas e duram cerca de três horas ou mais, principalmente no final da tarde ou à noite.
Dieta da mamãe
De acordo com o Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), alguns alimentos, como leite de vaca, soja, trigo e nozes, podem passar para o leite materno e provocar cólicas no bebê, mas isto não é uma regra.
Por isso, segundo a SBP, esses alimentos só devem ser retirados da dieta da mamãe caso as cólicas estejam associadas com outros sintomas gastrintestinais que indiquem alergia alimentar, como a presença de sangue nas fezes do bebê. “Ao primeiro sinal de sangue nas fezes do bebê, seu pediatra deve ser consultado imediatamente”, orienta a entidade.
A recomendação dos médicos é para que as mães fiquem atentas ao que comem e quando ocorrem as cólicas. No meu caso, por exemplo, leite (e seus derivados), doces e beterraba ocasionavam cólicas mais intensas na Manuela. Por outro lado, conheço outras mães que comiam de tudo e seus filhos simplesmente não tiveram episódios de cólica. Sortudas!
O pediatra Chárbel Monteiro Mansur, de Porciúncula (RJ), orienta em seu site que se a mãe não tem o costume de consumir um determinado alimento e, no dia em que o consome, percebe que o bebê apresentou uma cólica diferente daquela usual, seja pela maior duração ou pela maior intensidade, ela deve afastar temporariamente este alimento e observar. Depois de um tempo, a mãe pode comer novamente o alimento e verificar se ocorreu uma piora da cólica. “Caso se estabeleça esta relação, o alimento deverá ser afastado da dieta materna enquanto a mãe estiver amamentando”, informa.
As causas da cólica no primeiro trimestre ainda não são bem conhecidas pela Medicina, mas parecem estar relacionadas com a imaturidade do organismo do bebê. Em uma criança saudável, esse período costuma durar até o terceiro ou quarto mês. Então, mamãe, antes de querer “arrancar os seus cabelos” diante do choro insistente e alto do seu bebê, respire fundo e tente colocar em prática as orientações da SBP – elas podem ajudá-la a enfrentar esse período.
Como lidar com as cólicas do bebê:
• Tente manter a calma e lembre-se que as cólicas acontecem em um bebê saudável e que vão passar em poucos meses.
• Promova um ambiente tranquilo, com uma música suave, pois isto ajuda a relaxar mãe e filho.
• Aposte em um banho morno, pois este também ajuda a descontrair.
• Faça movimentos nas pernas do bebê, como “pedalar no ar”, pois podem auxiliar a eliminar o excesso de gases.
• Faça massagem na barriguinha do bebê, sempre no sentido horário, pois isto mobiliza os gases.
• Faça compressas mornas na barriguinha com toalhas felpudas passadas a ferro; elas têm efeito analgésico (teste antes o calor da toalha em sua própria face).
• Tenha paciência para acalmar o bebê, aconchegando-o no colo, barriga com barriga, ou apoiado de bruços na extensão do antebraço dos pais.
• Não ofereça chá ao bebê, pois isto não acaba com a cólica e pode prejudicar a amamentação. Remédios “contra gases” têm pouca eficácia.
Nota da Mamãe Prática Mari:
Eu também segui a dica de uma amiga e SEMPRE fazia o movimento de pedalar no ar a cada troca de fralda. Não sei se foi coincidência, mas a partir daí a cólica da Manu melhorou bastante. Além disso, passamos a dar banho no balde para bebês, que cobre boa parte do corpinho do neném, ajudando-o a relaxar.
Tente ficar calma e lembre-se: vai passar!
Beijos