Quem aí tem filhos gêmeos ou gostaria de ter? Eu e a Fabi somos gêmeas, mas não tivemos filhos gêmeos . Ser gêmea, pra mim, é algo muito especial (eu acredito sim que existe uma conexão especial entre os irmãos gêmeos). Por isso, super me identifiquei com este novo artigo da psicóloga infantil Ana Flávia Fernandes, nossa querida colunista. Com a palavra, a Ana Flávia:
Como criar filhos gêmeos
Pelo fato dos irmãos gêmeos crescerem na barriga da mãe ao mesmo tempo é comum que sejam vistos como um ser único em muitas situações da vida. Mas, os cuidados com os filhos gêmeos (independentemente da idade) não devem ser encarados como uma produção em massa.
As semelhanças e diferenças aos poucos vão aparecendo; percebê-las desde a gestação pode ser algo positivo, pois facilita a formação da individualidade de cada filho.
No entanto, essas comparações passam a ser negativas quando surgem no formato de rótulos, por exemplo, “o gordinho e o magrinho”. Nesses casos, o que pode acontecer é as crianças se manterem no comportamento que confirma o rótulo para serem percebidas como únicas e, assim, limitamos sua capacidade em desenvolver outras características e se perceberem como realmente são.
O ideal é considerarmos com maior frequência o esforço, a dedicação e a atitude positiva de cada um. Por exemplo, ao invés de dizer “Você vai ficar gordo comendo mais do que seu irmão!” podemos falar “Uau, você foi muito corajoso de comer todos os legumes que estavam no prato!”.
Vale lembrar que os bebês e as crianças estão em processo de desenvolvimento da sua identidade e têm pouca maturidade cerebral para compreender tudo o que vivem.
Então, o que pode acontecer é o nível de dependência de um gêmeo com o outro ser tão forte que não conseguem se distinguir como pessoas diferentes do par.
Excluindo os casos em que os irmãos solicitam as mesmas roupas, quando são vestidos com roupas iguais, eles podem ficar confusos sobre quem são e dificultar o processo de se diferenciar do irmão.
Objetos pessoais e brinquedos também pedem o nosso cuidado para não gerarem a confusão de que tudo é dos dois e que não podem ter opiniões diferentes. O fato de serem gêmeos não significa que terão gostos iguais. Quando cada um tem o seu, respeitamos os gostos, as preferências e a individualidade dos filhos.
Nosso desafio com as crianças gêmeas é ajudarmos nesse processo de reconhecimento de que são duas pessoas diferentes, com vidas independentes. Apesar de algumas semelhanças, possuem diferenças, como todos os seres humanos têm.
Atitudes como fazer festa de aniversário em datas diferentes, evitar que fiquem na mesma classe da escola, colocar pulseirinha ou outro objeto ajudam nesse processo de diferenciação.
É a partir dessas experiências que se percebem como pessoas únicas, que recebem os cuidados de forma mais íntima e completa, reconhecem suas características individuais e assim vão desenvolvendo a capacidade para fazer suas escolhas pessoais e profissionais futuramente.
Com amor,
Ana Flávia Fernandes
Psicóloga Infantil com especialização em Psicodrama, Ana Flávia Fernandes atende as crianças e suas famílias há muitos anos. “Para cuidar bem dos pequenos, também é preciso cuidar dos adultos a sua volta”, explica. Muito querida e atenciosa, ela também nos brinda com a sua sabedoria e experiência clínica no blog Terapia de Criança.
Foto: Estudio Lidi Lopez
Amei esse post !!!
Marisa
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