A gente sempre ouve falar dos benefícios do leite materno, mas não é raro alguém dizer: “Que nada, eu não amamentei e deu tudo certo”, “Melhor você dar um complemento para o bebê não passar fome”.
E aí, se você tem muitos problemas no início da amamentação e alguém coloca esses benefícios em xeque, as chances de desanimar e partir para a mamadeira, infelizmente, aumentam.
Por isso, pedimos para a Fabíola Cassab, doula especializada no aconselhamento em aleitamento materno e fundadora da MATRICE – Ação de Apoio à Amamentação, nos ajudar a entender melhor quais são os verdadeiros benefícios do leite materno – não porque alguém disse, mas porque existem comprovações e evidências científicas para isso.
A Fabíola enviou tantas informações bacanas (e baseadas em estudos) que decidimos fazer mais de um post sobre o tema. Nesse primeiro, elencamos os principais benefícios da amamentação para a saúde dos nossos filhos e também para nós, mamães que amamentamos.
11 benefícios comprovados do leite materno para a mamãe e o bebê:
1. Protege o bebê contra diversas doenças
Isso porque o leite materno é estéril (isento de bactérias) e contém fatores anti-infecciosos que incluem células brancas vivas (leucócitos) que eliminam as bactérias, além de anticorpos (imunoglobinas) contra as infecções mais comuns. Isto ajuda a proteger a criança até que ela comece a produzir seus próprios anticorpos.
2. Protege o bebê contra a diarreia
Ele contém uma substância chamada fator bífido que facilita o crescimento de uma bactéria especial (lactobacillus bifidus) no intestino da criança, impedindo que outras bactérias cresçam e causem diarreia.
3. Ajuda a evitar complicações
Além de evitar a diarreia, a amamentação também exerce influência na gravidade desse problema. Estudos mostram que crianças não amamentadas têm um risco três vezes maior de desidratarem e de morrerem por diarreia quando comparadas com as crianças que foram amamentadas.
4. Diminui o risco de doenças alérgicas
Principalmente as alergias da pele, alimentares e respiratórias (como asma e rinite), e esse efeito benéfico se mantém pelo menos até a adolescência.
5. Protege contra infecções respiratórias
A amamentação exclusiva nos primeiros seis meses protege o bebê contra infecções respiratórias e diminui a gravidade dessas doenças.
Estudos mostraram, por exemplo, que a chance de uma criança não amamentada internar por pneumonia nos primeiros três meses foi 61 vezes maior do que em crianças amamentadas exclusivamente.
Já o risco de hospitalização por bronquiolite (inflamação nos bronquíolos causada por vírus) foi sete vezes maior em crianças amamentadas por pouco tempo (menos de um mês).
6. Diminui as chances de otite
Bebês amamentados de forma exclusiva até os seis meses apresentam baixa frequência de otite aguda. A incidência de infecções de ouvido nesses bebês foi menor quando comparados com aqueles que foram desmamados precocemente ou tiveram alimentação mista.
7. Em longo prazo, o aleitamento materno continua agindo na vida adulta
Isso porque diminui o risco de doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão, colesterol alto, diabetes, obesidade e sobrepeso.
8. Mães que amamentam têm menos chances de desenvolver diabetes tipo 2
No caso da diabetes, não é só a criança amamentada que adquire essa proteção ao longo da vida, mas também a mulher que amamenta. Estima-se uma redução de 15% na incidência de diabetes tipo 2 para cada ano de lactação.
9. Contribui para o desenvolvimento bucal do bebê
O exercício que o bebê faz ao projetar a língua para frente, além da sucção intensa, ajuda no desenvolvimento bucal do bebê durante o seu crescimento. Dessa forma, os dentes conseguem espaço para ficarem alinhados. A amamentação também proporciona a posição correta da língua dentro da boca, ajudando no posicionamento dos dentes.
10. Mulheres que amamentam têm menos chance de desenvolver osteoporose
E quanto maior o tempo de amamentação, menores são as chances de terem essa doença. Estudos mostram que as mulheres que amamentaram por mais tempo tiveram, posteriormente, menor incidência de fraturas osteoporóticas de quadris, vértebras e extremidades superiores.
Além disso, alguns trabalhos demonstram maior densidade óssea em mulheres na menopausa que haviam amamentado seus filhos.
11. Amamentar ajuda o útero a voltar ao tamanho normal após o parto
Isso ocorre porque a liberação do leite materno durante a mamada é causada pela oxitocina, substância que também é responsável pela contração uterina. Dessa forma, a mulher que amamenta tem seu útero contraído.
Também é importante saber que:
– A introdução precoce de chás, águas e suplementos dobram o risco do bebê ter diarreia nos primeiros seis meses.
– A exposição a pequenas doses de leite de vaca nos primeiros dias de vida parece aumentar o risco de alergia ao leite de vaca.
– Crianças que nunca foram amamentadas apresentam mais episódios de doenças das vias respiratórias inferiores, infecções de ouvido (otite média) e doenças gastrointestinais. Durante o primeiro ano de vida, elas passam por mais consultas e tratamentos médicos e estão mais propensas a internações hospitalares.
Entre as diversas fontes de pesquisa usadas como referência pela entrevistada, estão o Manual Prático do Aleitamento Materno, do pediatra espanhol Dr. Carlos Gonzales (Editora Timo), e o Caderno de Atenção Básica do Ministério da Saúde (Caderno 23).
Fabíola também é membro do Comitê de Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, consultora em aleitamento materno e membro da Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar (IBFAN – Brasil).
>> Veja também nosso vídeo de como fazer a pega correta e amamentar sem dor
Beijos, das Mamães Práticas Mari e Fabi
Foto: Estúdio Lidi Lopez
Amei!!! Amamento meu filho de 3 meses e 11 dias, e consegui chegar até aqui graças a minha determinação de somente amamentar meu filho. Porém como vou retornar ao trabalho,o aleitamento não será exclusivo.
oi Ana, que legal!! Boa sorte para você, espero que consiga amamentar o máximo possível, beijos, Mari
Ótima matéria, minha bebê tem 3 meses e 6 dias hoje e somente no peito e uma bolinha, pra mim além de todos esses benefícios tem a questão do contato maior com o bebê que e maravilhoso, o leite esta ali sempre prontinho e quentinho a qualquer hora, e gratuito, e no meu caso me ajuda a perder peso, sensacional recomendo muito, no comicinho e difícil devido o bico machucar mas logo passa e só prazer.
Obrigada pelo depoimento, Faby! Beijos, da Mamãe Prática Mari.
Amamentar é difícil, pois causa muita exaustão, visto que o leite materno digere mais rápido, por isso, o bb quer mamar toda hora, causando assim muito cansaço na mãe. Mesmo assim, eu decidi alimentar minha bb apenas com o leite materno, pois seu de sua importância para o desenvolvimento da minha filha. Várias pessoas tentaram me estimular a dar a mamadeira, mas eu me mantive firme na minha opção em amamentar.
Olá Eliene!
Parabéns por insistir e não desistir! Beijos, da Mamãe Prática Mari.
O meu bebê já está com 5 meses e até agora está exclusivamente no peito, amo amamentar…..não é fácil é dedicação..,.. Opiniões de outras pessoas são muito chatas quando vem com o papo de: ta na hora de dar água pra essa criança ou, faz um chazinhos….affsss mas me mantenho firme na decisão da exclusividade da amamentação até os 6 meses….e depois da introdução alimentar até quando meu bebê quiser….e conto com o apoio do meu marido e da pediatra do meu filho…..bjosss
Olá Ellyn!
Que bom que você tem o apoio de seu marido e da pediatra! É isso aí! Vale muito todo o esforço para continuar amamentando. Beijo grande, Mamãe Prática Mari.