Olá meninas!
Quando surge algum caso de criança na família ou na escolinha com varicela, logo ficamos super preocupadas, não é mesmo? Por isso, nada melhor do que ficarmos bem informadas sobre essa infecção viral, principalmente sua forma de transmissão, complicações e tratamentos. Todos os detalhes são explicados pra gente pela pediatra Jaqueline Toscano, especializada em Alergia e Imunologia e autora do perfil @alergiacomdrajaque, no Instagram. Com a palavra, a nossa colunista, a Dra. Jaque:
Também chamada pelo nome de catapora, a varicela é uma infecção viral altamente contagiosa e caracterizada pelo surgimento de exantema maculopapular (também chamada de máculo-pápulas), que são pequenas manchas vermelhas elevadas na pele. Essa lesão evolui para vesículas (bolhas com conteúdo líquido claro), pústulas (bolhas com pus) e, por último, crostas.
A transmissão
A transmissão ocorre por meio das secreções respiratórias, contato com as lesões da pele ou através de objetos contaminados com secreções de vesículas (bolhas) e mucosas dos pacientes infectados. O período de transmissão ocorre entre 1 a 2 dias antes das lesões de pele aparecerem, o que torna a prevenção do contágio ainda mais difícil em crianças suscetíveis (aquelas que nunca tiveram a doença ou que não são vacinadas). A infecção só deixa de ser transmitida quando todas as lesões estiverem crostosas.
O período de incubação é de 14 a 16 dias, podendo variar entre 10 a 20 dias após o contato com o adulto ou a criança infectada.
Os sintomas
Quadro clínico: nos primeiros dias há manifestações discretas, com febre moderada, dor de cabeça, perda de apetite e vômitos. Mas em crianças geralmente não há estes sintomas, sendo o exantema o primeiro sinal da doença.
Frequentemente, as primeiras lesões surgem no couro cabeludo, na face ou no tronco, e elas coçam bastante. Com a evolução, as lesões aparecem em diferentes estágios: algumas como vesículas, outras como pústulas ou já como as crostas. A presença simultânea de lesões em vários estágios de evolução é característica da varicela.
Em adultos, a doença cursa de forma mais grave e é bem menos frequente. A febre é mais alta, o estado geral fica mais comprometido, as lesões são mais pronunciadas e há maior chance de ocorrer complicações que podem levar ao óbito, principalmente devido à pneumonia.
Atenção às complicações
O risco de complicações varia com a idade, sendo encontrado principalmente em menores de 1 ano e maiores de 15 anos. Recém-nascidos, prematuros, gestantes, adolescentes, adultos e imunodeprimidos (pessoas que possuem o seu sistema imunológico fragilizado/deprimido) têm um maior risco de complicações. São elas:
– Infecção bacteriana secundária da pele: é importante que as mamães fiquem de olhos nas lesões! Se elas ficarem muito vermelhas, inchadas e quentes, elas podem estar infeccionadas! Se isto ocorrer, procure o pediatra!
– Pneumonia: rara na infância, esta complicação ocorre em 16% a 50% dos adultos com varicela.
– Complicações neurológicas: elas são a segunda causa mais comum de hospitalização em crianças saudáveis com varicela. São elas: doença cerebelar, encefalite e meningite.
– Problemas no fígado: 50% das crianças podem apresentar elevação de enzimas do fígado, podendo ocorrer hepatite.
– Trombocitopenia aguda: o termo se refere à ocorrência de plaquetas baixas que podem causar sangramentos.
– Síndrome de Reye: quadro neurológico de rápida progressão e disfunção do fígado, associado ao uso de ácido acetil salicílico (é analgésico e anti-inflamatório, conhecido comercialmente como Aspirina, que também pode ser usado como antitérmico e antiplaquetário).
Como tratar
O tratamento para as pessoas que possuem os sintomas é feito com antialérgicos para diminuir a coceira. Havendo infecção secundária, recomenda-se o uso de antibióticos. O tratamento com Aciclovir (um antiviral) é feito somente para casos específicos, como varicela neonatal, infecção pelo HIV e imunodeficientes, por exemplo.
A prevenção ativa é feita com a vacina que pode ser aplicada a partir de 1 ano de idade. Atualmente, no Brasil, ela já está incorporada ao calendário básico de vacinação e pode ser encontrada também nos postos de saúde.
Mas existem algumas contraindicações quanto à vacina. São elas: pessoas com imunodeficiência (deficiência imunológica), com neoplasia maligna (tumores malignos), que fazem uso de corticóide em altas doses ou, ainda, pessoas submetidas a terapêuticas imunossupressoras (tratamentos que reduzem a eficiência do sistema imunológico). A vacina também é contraindicada às gestantes e às pessoas que tiveram reação anafilática a ela em dose anterior.
A pediatra Jaqueline Toscano, autora do perfil @alergiacomdrajaque no Instagram, conta que sempre foi apaixonada por crianças e com 12 anos já decidiu o que eu queria ser quando crescer: pediatra! Também especializada em Alergia e Imunologia, ela diz que é muito gratificante ajudar as crianças com imunodeficiência e acredita que os pais têm papel fundamental na melhoria da vida de seus filhos alérgicos. Por isso, aqui no blog, ela vai ajudar nós, mães e pais, a cuidarmos melhor de nossos filhos, sejam eles alérgicos ou não.
Meninas, espero que vocês não tenham que se deparar com uma criança com varicela em casa e que estas informações ajudem muito vocês.
Beijos, da Mamãe Prática Mari.
Foto: Carla Peroni/Freeimages.com
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