Há temas relacionados à linguagem oral das crianças que tiram o sono dos pais. Por isso, o blog Mamãe Prática abre espaço para especialistas da área explicarem em detalhes os mais variados temas relacionados à fonoaudiologia. Estreia a Coluna “Mamãe Fono” a fonoaudióloga Maria Carolina Furlan.
Carol vai dividir com a gente suas reflexões baseadas em sua experiência profissional, mas sem deixar de lado seu olhar de mãe, afinal, ela também é mamãe do pequeno Theo, de 3 anos. Com a palavra, a mamãe Maria Carolina:
Dar ou não chupeta para seu filho? Essa é uma das grandes polêmicas da maternidade. O que realmente pode acontecer se seu filho utilizar este apetrecho?
Apesar do dilema, a chupeta faz parte do enxoval dos bebês e muitos já saem da maternidade com ela na boca. Mas, por que seu uso é quase indispensável? Será que é impossível passar os primeiros anos sem chupeta?
O bebê quando nasce tem o reflexo de sucção e o utiliza para se alimentar. Além da função de sobrevivência, a amamentação no peito tem um papel importante para o desenvolvimento da musculatura orofacial e da parte óssea da face.
Pensando na função, posso dizer que a amamentação supre a necessidade de sucção do bebê. Ou seja, a chupeta é dispensável. Porém, além da função primordial de sobrevivência, sugar também acalma, principalmente por remeter ao momento de intensa ligação com a mãe.
E é assim que se abre espaço para a entrada da chupeta, muitas vezes por desespero dos pais, outras por conveniência.
Não é crime se render a ela, mas que papel ela ocupa? Será o do carinho, do colo ou da atenção? Neste caso, fique atento, pois há grandes chances do apego à chupeta ser intenso por ser o porto seguro da criança.
Outro ponto importante é ter consciência de que o uso da chupeta não é inofensivo. A longo prazo, seu uso causa alterações na dentição, respiração e fala que provavelmente precisarão da intervenção de um ortodontista e/ou de um fonoaudiólogo. Além do fato de que, para a retirada deste hábito, é necessário muita persistência. Considero como tempo limite para que a criança deixe a chupeta os 2 anos e meio de idade, mas dependendo da predisposição e frequência do uso, alterações começam a aparecer antes.
Portanto, pondere os prós e os contras desse hábito, mas não se esqueça: o uso da chupeta não é inofensivo! Muitas vezes vale enfrentar o choro do bebê e dar muito carinho ao invés da chupeta.
“Outro ponto importante é ter consciência de que o uso da chupeta não é inofensivo”
Maria Carolina Furlan é fonoaudióloga especialista em Linguagem. Em consultório, atende crianças e adultos nas áreas de Linguagem Oral, Leitura e Escrita/Dislexia, Voz e Motricidade Orofacial (mastigação, deglutição e respiração). Mamãe do Theo, ela também vive os dilemas e desafios da maternidade, como lidar com a imprevisibilidade e conseguir cuidar do seu lado “ser mulher”. Perguntamos o que ela gosta de fazer nas horas vagas, e ela brincou: “O que é isso mesmo???” (risos), mas quando tem algum tempo livre, ela gosta muito de ler.
Mamães, esse é um tema bastante delicado (e polêmico!). Espero que essas dicas e informações da nossa colunista te ajudem de alguma forma.
Beijos, da Mamãe Prática Mari
Foto: Photl.com/Studio Cl Art
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Achei a matéria interessante mas gostaria de pontuar minha opinião. Nem sempre a chupeta é usada para substituir colo e afeto. Estou com uma bebê de 2 meses e muitas vezes ela está no colo, tento acalmá-la com embalo e canções, mas ela não se acalma. A chupeta cumpre esse papel (notem que ela está no colo e sendo acalentada por mim). Quanto a retirada da chupeta, usei uma técnica que funcionou muito bem com a minha filha mais velha. Quando ela tinha 1 ano eu comecei a tirar a chupeta durante o dia e com 1 ano e meio eu fui tirando a da noite. Como ela ainda não sabia falar, não tinha como pedir. Foi bem tranquilo.
oi Maggie, muito obrigada pelo seu comentário e opinião! Concordo com você que a chupeta não substitui o carinho, o afeto, isso é o mais importante. No meu caso, o que percebi é que meu filho consegue se acalmar com a chupeta, sem ela era mais difícil. Claro que agora que ele está com quase 2 anos tenho o desafio de tirá-la até porque parece estar mais dependente dela agora… Gostei da sua dica, beijos, Fabi