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Bronquiolite: pais devem ficar atentos à dificuldade de respirar

bronquiolite

Se você nos acompanha pelas redes sociais talvez tenha visto meus posts sobre a internação da minha bebê Cecilia. Com apenas 45 dias, ela recebeu o diagnóstico de bronquiolite (inflamação dos brônquios causada por vírus) e teve insuficiência respiratória aguda (saturação baixa com grande dificuldade para respirar).

Como a Cecilia estava com apenas 45 dias, a internação precisou acontecer na UTI pediátrica onde ficamos por 6 dias até que ela se recuperasse. Durante esse tempo, ela foi monitorada 24 horas, recebeu oxigênio e fez bastante inalação (com apenas soro e com medicamento). A fisioterapia especializada com aspiração nasal também foi muito importante para que ela voltasse a respirar sem o suporte de oxigênio.

Fiquei arrasada! Como uma bebê tão novinha e que ainda nem sai de casa pode ter ficado assim tão doente? Infelizmente descobri que a bronquiolite é muito comum em bebês, principalmente quando têm irmãos mais velhos que já frequentam a escolinha, como no nosso caso. Além disso, passamos por uma temporada de frio de congelar os ossos aqui em São Paulo e muita gente ficou doente.

São mais de 10 vírus que causam a doença. Enquanto nos adultos provocam uma simples gripe ou resfriado, nos bebês e crianças pequenas esses vírus são bem mais complicados. No caso da Cecília os sintomas começaram com espirros, congestão nasal, nariz escorrendo e tosse.

De um dia para o outro os sintomas pioraram muito e por causa do narizinho congestionado ela começou a ficar ofegante sem conseguir respirar (e como consequência quase não conseguia mamar). Corri para a pediatra que fez o diagnóstico e me mandou do consultório direto para o pronto-socorro devido à insuficiência respiratória. Ela já me avisou que ficaríamos internadas.

Graças à Deus minha Cecilia se recuperou e o susto passou! Após vivermos esse caso, aproveitei para abordar o tema com a nossa parceira, a pediatra Jaqueline Toscano, especializada em Alergia e Imunologia e autora do perfil @alergiacomdrajaque no Instagram. Vejam a entrevista:

1 – O que caracteriza a bronquiolite?
Dra. Jaqueline: A bronquiolite é uma doença respiratória viral contagiosa que dura, em média, de 7 a 10 dias.

2 – Qual a incidência da bronquiolite em bebês e crianças?
Dra. Jaqueline: Esta é a doença de maior incidência em bebês e crianças nos meses mais frios do ano. Ela acomete, principalmente, crianças até 2 ou 3 anos de idade, sendo a doença respiratória de maior incidência e causadora de internação hospitalar nos meses mais frios. Felizmente é uma doença autolimitada e tem cura, sem deixar sequelas.

3 – Quais são os principais sintomas?
Dra. Jaqueline: Geralmente, a doença inicia-se com sintomas de resfriado (coriza, congestão nasal, febre), evoluindo para tosse e esforço respiratório.

4 – Como é feito o diagnóstico?
Dra. Jaqueline: Geralmente o diagnóstico da bronquiolite é clínico. Também pode-se verificar no raio-x do tórax a hiperinsuflação pulmonar (resultado do aprisionamento do ar nos pulmões, decorrente da doença).

5 – Qual a causa da bronquiolite? Quais são os principais vírus que causam a doença?
Dra. Jaqueline: Muitos são os vírus que causam a bronquiolite, sendo o vírus sincicial respiratório o principal deles. A transmissão acontece pelo contato direto com as secreções eliminadas pela pessoa infectada (tosse, espirro, fala) e pelo contato indireto (superfícies e objetos contaminados).

6 – A bronquiolite pode ser uma complicação de gripes, resfriados e outros problemas respiratórios?
Dra. Jaqueline: Na verdade, os mesmos vírus que causam apenas resfriado/ gripe nas crianças maiores e adultos podem causar bronquiolite nos pequenos.

7 – Por que a bronquiolite é muito comum em bebês?
Dra. Jaqueline: Isso acontece porque os vírus têm maior facilidade de chegar aos pulmões (brônquios) dos bebês em virtude da imunidade “menos amadurecida”.

8 – Como é feito o tratamento da bronquiolite?
Dra. Jaqueline: O tratamento deve ser feito com antitérmicos para controlar a febre. Também podem ser usados corticoides orais/ inalatórios e medicação com salbutamol ou nebulização com fenoterol.

A criança deve ficar de repouso e haver maior incentivo à ingestão hídrica. Em casos mais graves com dificuldade para respirar a internação hospitalar é necessária.

9 – Qual a forma de prevenção?
Dra. Jaqueline: Não existe vacina para prevenir a bronquiolite. A prevenção está associada aos cuidados básicos de higiene, principalmente lavagem das mãos, uso de álcool em gel e desinfecção de superfícies e objetos expostos a secreções corporais contaminadas pelos vírus.

Também é importante evitar locais fechados e tentar manter distância de pessoas com sintomas de resfriados.

10 – O que os pais precisam ficar atentos em relação à doença?
Dra. Jaqueline: Os pais precisam ficar atentos se a criança está muito prostrada, se a temperatura corporal não fica menor de 37,8º (mesmo com dosagem correta do antitérmico) e se apresenta dificuldade de respirar.

É importante saber que algumas crianças são consideradas grupo de risco para complicações/óbito: prematuras, com doença de base pulmonar ou cardíaca, imunocomprometidas (alguma imunodeficiência ou HIV, por exemplo), e desnutridas.

Estas crianças são candidatas ao uso da imunoglobulina monoclonal humanizada (para prevenir a forma mais grave da doença) – palivizumabe.

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O programa Bem Estar, da TV Globo, também abordou a doença, explicando quando a bronquiolite é preocupante. Deixo o link aqui para ilustrar o tema: https://globoplay.globo.com/v/5789954/

Espero que essas informações te ajudem a entender melhor sobre a doença. Seus filhos também já tiveram bronquiolite? Conte pra gente nos comentários.

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Beijos, da Mamãe Prática Fabi

Foto: Mamãe Prática (nossa Cecilia recebendo inalação no hospital)

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4 comentários sobre “Bronquiolite: pais devem ficar atentos à dificuldade de respirar

  1. É correto bebê de 10 meses com bronqueolite usar bombinha

    1. Oi Cleia
      Meu filho quando teve crise de bronquite antes de completar 1 ano já usava bombinha. Somente o médico para avaliar mesmo, pois depende de cada caso. Beijos, da Mamãe Prática Fabi

  2. Com 8 meses meu bebê (hoje com 1 ano e 2 meses) teve 4 episódios, porém nenhuma internação pois percebemos em tempo o chiado no peito. Ele é considerado um bebê chiador. Desde o 3o episódio ele faz uso de bombinha e mudou o leite para leite de soja pois se desconfia de alergia pois teve o 4o episódio mesmo com bombinha. Quando o inverno está próximo como agora, a preocupação já aumenta… ele pegou uma gripinha agora, mas por enqto o peito não chiou. Graças a Deus ! Estamos atentos!

    1. Puxa vida Fernanda, não é fácil né! Espero que seu bebê passe melhor esse inverno que está se aproximando. O bom é que eles vão crescendo e ganhando melhor imunidade. Boa sorte! Beijos, da Mamãe Prática Fabi

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