Nós mesmos, adultos, podemos lembrar algum momento em nossa infância em que éramos rotulados pelos nossos pais: como bagunceiros, preguiçosos ou ansiosos, por exemplo. Então, você já pensou como as coisas que você diz ao seu filho podem ficar marcadas na memória dele? É esse tipo de coisa que também pode influenciá-lo para o resto da vida, tornando-o inseguro.
Mas basta um pouquinho de atenção da nossa parte para ajudarmos nossos filhos a serem crianças (e futuramente adultos) mais confiantes e seguros.
Para a psicóloga infantil Ana Flávia Fernandes, autora do blog Terapia de Criança e colunista do Mamãe Prática, a segurança e a confiança das crianças estão associadas à sua autoestima, que começa a ser desenvolvida quando ela ainda é bebê.
“Os cuidados e carinhos que o bebê vai recebendo dos pais é que vão mostrando que ele é amado, cuidado e respeitado. É a partir desse valor que recebe dos pais que a criança vai construindo o seu valor”, explica.
Por isso, a psicóloga infantil considera essencial que os pais fiquem atentos às seguintes medidas, que ela explica em detalhes a seguir:
1) Dar espaço para que a criança possa viver seus próprios sentimentos
Isso significa estar junto, acolher o que a criança sente como sendo algo importante e ajudá-la a se expressar de maneira socialmente aceitável.
Dessa forma, não é feio e nem errado a criança ficar ansiosa, triste, com medo ou raiva. O que deve ser corrigido é a forma inadequada de expressar esses sentimentos, como, por exemplo, a criança roer as unhas quando está ansiosa.
2) Aceitar a criança como ela é, mesmo que isso não vá de encontro com as suas expectativas
Enquanto que para os adultos (os pais), fica claro que sentem um amor incondicional pelo seu filho, ou seja, não precisam de condições, basta a existência de seu filho para este ser amado, com as crianças pode não ser bem assim. Elas podem acreditar que só quando agradarem os pais estarão garantindo o amor deles por elas.
Então, o grande desafio é assegurar aos filhos que eles não precisam fazer ou ter algo para serem amados, pois mesmo que os pais reprovem seu comportamento em algum momento, o amor continua existindo e está preservado.
3) Não rotular a criança pelo seu comportamento
Pai e mãe podem julgar o que a criança faz, mas não o que ela é. Na tentativa de entender o comportamento inadequado de seus filhos, muitos pais dizem, por exemplo, “você é muito ansioso, tira o dedo da boca, pare de roer as unhas!”.
Mas todas as vezes que receber esse rótulo a criança irá confirmar que agindo daquela forma será reconhecida e percebida pelos pais, já que essa é uma necessidade da criança: existir na família.
Então, antes de rotular, é importante pensar o que aquele comportamento está contando e verificar se existe alguma necessidade da criança que não está sendo atendida.
4) Ensinar por meio das brincadeiras
Brincando, todo o aprendizado se torna possível. É importante ver o brincar e o jogo como um momento para o aprendizado real do ganhar e do perder, do vivenciar a felicidade e a frustração sem se desestruturar psicologicamente.
Por isso, é recomendável procurar alternar as brincadeiras em atividades em que em alguns momentos os filhos são bons e, em outros, os pais são melhores. Essa é uma boa oportunidade para ensinar aos filhos que podemos ser bons em algumas coisas, mas não precisamos ser bons em tudo.
“É importante ver o brincar e o jogo como um momento para o aprendizado real do ganhar e do perder, do vivenciar a felicidade e a frustração sem se desestruturar psicologicamente”, informa a psicóloga
Beijos, da Mamãe Prática Mari
Foto: Ivette Ferrero/freeimages
Gostei muito das dicas, espero ser uma mãe melhor para minha filha.
oi Ronilda, que bom que o post foi útil para você 🙂 continue acompanhando a gente, beijos, Fabi