Reuni neste post dicas para a introdução alimentar dos pequenos, com orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Desde o 6º mês de idade, comecei a oferecer diferentes alimentos para a minha Cecília. Primeiramente as frutas, depois as sopinhas no almoço e então, com sete meses, também no jantar.
Na época, segui as orientações da pediatra da minha filha e também pesquisei algumas dicas interessantes da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Percebi que algumas recomendações mudaram nos últimos anos. Quando tive meu primeiro filho, Serginho, 9 anos atrás, eu preparava as sopinhas colocando diversos itens na mesma panela, como um sopão. Amassava a mistura com um garfo e oferecia a ele.
Mas hoje os especialistas orientam que os alimentos sejam oferecidos em separado aos bebês para que eles possam conhecer e se acostumar com diversos sabores e texturas (o que faz todo sentido!).
Veja a orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria sobre o passo a passo da introdução alimentar:
Esquema de introdução dos alimentos complementares
Faixa etária | Tipo de alimento |
Até o 6º mês | Leite materno exclusivo |
Do 6º ao 24º mês | Leite materno complementado |
No 6º mês | Frutas (amassadas ou raspadas)
Primeira papa da refeição principal (com ovo inteiro cozido e peixe) |
Do 7º ao 8º mês | Segunda papa principal |
Do 9º ao 11º mês | Gradativamente, passar para a refeição da família com ajuste da consistência |
No 12º mês | Comida da família (observar adequação) |
Entre o 6º e o 7º mês, segundo orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria, diferentes grupos alimentares devem ser introduzidos: cereal ou tubérculo, alimento proteico de origem animal, leguminosas e hortaliças. Desde a primeira papinha, todos os grupos alimentares devem estar presentes.
Componentes das misturas
Cereal ou tubérculo | Leguminosa | Proteína animal | Hortaliças |
Arroz
Milho Macarrão Batata Mandioca Inhame Cará Batata doce Mandioquinha |
Feijão Soja Ervilha Lentilhas Grão-de-bico |
Carne bovina Vísceras
Carne de aves Carne suína Carne de peixe Ovos |
Verduras
(brócolis, escarola, couve, acelga, mostarda, rúcula, alface, taioba, espinafre, repolho) Legumes (cenoura, beterraba, abóbora, abobrinha, chuchu, couve flor, vagem, berinjela, pimentão) |
Sugestão para temperar
Para temperar, utilizava alho, cebola, alho poró, salsinha, cebolinha e outros temperos. Na hora de servir, podemos colocar um pouco de azeite. NÃO se deve colocar sal na papinha do bebê.
Orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria:
- As frutas in natura, preferencialmente sob a forma de papa, devem ser oferecidas nesta idade, amassadas, sempre em colheradas, ou espremidas. O tipo de fruta a ser oferecido deve respeitar características regionais, custo, estação do ano e presença de fibras.
- Nas primeiras papas, pode-se misturar os componentes para facilitar a aceitação do bebê. À medida que ele vai aceitando a alimentação pastosa, sugere-se separar os alimentos, amassá-los com o garfo e oferecê-los individualmente para que o bebê aprenda a desenvolver preferências e paladares diversos.
- A papinha deve ser amassada, sem peneirar ou usar o liquidificador, para que sejam aproveitadas as fibras dos alimentos e fique na consistência de purê.
- Recomenda-se iniciar com pequenas quantidades do alimento, entre 1 e 2 colheres de chá, colocando-se o alimento na ponta da colher e aumentando o volume conforme a aceitação da criança.
- A carne, na quantidade de 50 a 70 g/dia (para duas papas), não deve ser retirada após o cozimento, mas sim picada, cozida e amassada com as mãos, ou desfiada, garantindo a oferta adequada de ferro e zinco ao bebê.
- A exposição frequente a um determinado alimento e a criatividade na preparação e na apresentação facilitam a sua aceitação. Em média, são necessárias de 8 a 15 exposições ao alimento para que ele seja plenamente aceito pela criança.
- Para garantir a não contaminação por bactérias próprias de sua casca, o ovo deve sempre ser consumido com a clara e a gema cozidas.
Ainda não oferecer, segundo a SBP:
- A água de coco (como substituta da água) também não é aconselhável pelo baixo valor calórico e por conter sódio e potássio.
- No primeiro ano de vida não se recomenda o uso de mel. Nessa faixa etária, os esporos do Clostridium botulinum, capazes de produzir toxinas na luz intestinal, podem causar botulismo.
- Não se deve acrescentar açúcar ou leite às papas (na tentativa de melhorar a aceitação), pois isso pode prejudicar a adaptação da criança às modificações de sabor e consistência das refeições.
E os sucos?
De acordo com orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria, os sucos naturais devem ser evitados. Por isso, dê preferência ao consumo da fruta amassadinha.
Porém, se forem administrados, que sejam dados no copo, de preferência após as refeições principais, e não em substituição a estas, em dose máxima de 100 mL/dia, mas com a finalidade de melhorar a absorção do ferro presente nos alimentos como feijão e folhas verde-escuras. Esse é o caso das frutas cítricas, como a laranja, que podem contribuir para a melhor absorção do ferro.
Introdução alimentar participativa
Acho muito interessante o método de introdução alimentar BLW (BABY-LED WEANING). Apesar de ter optado pela técnica mais tradicional, dediquei algum tempo para apresentar os alimentos à minha filha de forma diferente, inspirada no BLW.
De vez em quando deixava a bebê tocar e brincar com alguma fruta ou legumes (sob supervisão). Por exemplo, outro dia ela conheceu a couve-flor cozida. Coloquei num potinho e ela mexeu, amassou, experimentou, bagunçou, brincou com a couve-flor (veja abaixo).
Espero que essas informações sejam úteis para a sua família e que seu bebê curta bastante a fase da introdução alimentar.
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Beijos, da Mamãe Prática Fabi
Fonte: Manual de Orientação do Departamento de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria
Fotos: Mamãe Prática
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