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Amamentar em público – Reflexão da Manu

ManuW2_30 (1)_NOVAA blogueira Emanoelle Wisnievski, do blog Manu Mamãe, fala especialmente aos leitores do Mamãe Prática sobre sua experiência de amamentar em público. Com a palavra, a Emanoelle:

A amamentação ainda rende muitas controversas. Se a mãe não dá o peito, é uma bruxa. Se amamenta, precisa passar por situações bastante constrangedoras. Não porque mostrar o peito seja constrangedor, afinal, é só uma parte do nosso corpo muito importante para o desenvolvimento dos nossos pequenos e não um simples ícone de sensualidade. Mas porque muita gente nos censura, principalmente se a mãe decide continuar amamentando após os seis meses. Meu bebê tem um ano e três meses, anda, fala algumas coisinhas e sabe muito bem como conseguir o mamazinho dele, que é ainda em livre demanda. O preço é alto. Semana passada, numa festa, vi olhares sisudos e comentários preconceituosos do tipo: “que feio um bebezão desses puxando a blusa da mãe”.

Acontece que a Organização Mundial da Saúde, o Ministério da Saúde, nossa pediatra e todos os órgãos de bom senso acerca do aleitamento materno indicam a amamentação exclusiva até os seis meses e como importante fonte de nutrientes e de anticorpos até dois anos ou mais. Então, se quero continuar amamentando, deveria merecer incentivo e não preconceito, certo? Amamentar exige alguns cuidados por parte da mãe e até restrições. Nada de bebida alcoólica, não posso nunca deixá-lo com a avó, por exemplo, para viajar, pois todas as noites são interrompidas com mamadas e assim vai… Mas vale muito a pena. Joãozinho tem bastante saúde e nunca mamou numa mamadeira. Pretendo continuar com isso por mais um tempo e sonho com um desmame natural, quando ele já estiver maiorzinho, sem traumas, sem chororô.

Tirar o peito no supermercado, na igreja, no shopping, no restaurante, nas festas e em toda parte é um ato de coragem, mas acima de tudo de amor. Deixo que falem e sigo feliz fazendo o que acho certo. Problema é de quem se incomoda, né?

Na cidade da Emanoelle
Moro em Ponta Grossa (PR) e aqui o maior shopping tem uma estrutura bem bacana para as mães, com fraldário, lavatório, cadeira para amamentar e até micro-ondas para esquentar a papinha. Tudo super bem decorado e limpo. Tem banheiro da família também, para as crianças mais crescidinhas serem acompanhadas tanto por pais como pelas mães. Por isso é um local que frequento tranquila. Mas, nos demais locais (supermercados, lojas, rodoviária, lanchonetes, restaurantes em geral), a coisa é horrível. Já troquei meu João, com oito meses, numa cadeira! Foi bem desconfortável. Infelizmente não temos muitos parques aqui na cidade, mas o único existente não tem qualquer estrutura. É uma cidade grande, a terceira maior do Paraná, desenvolvida, mas com péssima infraestrutura para as mães. Sem falar que é comum a mãe com bebê de colo não ter prioridade em filas. Foi assim num cartório lotado, outro dia. Está mais do que na hora dos estabelecimentos comerciais se ligarem da importância de manter locais adequados para as famílias.

“Tirar o peito no supermercado, na igreja, no shopping, no restaurante, nas festas e em toda parte é um ato de coragem, mas acima de tudo de amor”

Cuidados
Mostro o peito e pronto. É uma mama, minha gente! Mama, seio, peito, teta! Aquela glândula que toda mulher (e toda fêmea do reino dos mamíferos) tem e que serve para nutrir com o melhor alimento do mundo seu filhote. Quem acha que é nudez e que meu peito deve ser censurado que mude de lugar ou vire o rosto, oras. Não é obrigado a olhar. Tenho sim um paninho sempre em mãos para limpar qualquer babadinha e procuro usar sutiãs adequados e blusas com abertura na frente, porque erguer a blusa e mostrar a barriga já me deixaria sem graça, rerere. Também tomo bastante água e procuro ter uma alimentação saudável, afinal, quero o melhor pro meu filho!

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