Quando nossos filhos estão maiorzinhos e já passaram pela fase do desfralde, inclusive noturno, é comum acontecer episódios de xixi na cama durante a noite. Já aconteceu por aí?
Aqui em casa o desfralde do Serginho (por volta dos 3 anos) foi relativamente tranquilo e logo passou a dormir sem fralda, mas um ano depois, quando a irmãzinha nasceu, ele começou a fazer xixi na cama. Foram tantas vezes repetidas que chegamos a colocar novamente fralda nele…
Pesquisando sobre o assunto entendi que é comum a criança voltar a fazer xixi na cama e pedir para usar fralda quando nasce um irmãozinho porque ocorre uma mudança grande na casa e na rotina (é muito estresse), além do fato de não ter mais tanta atenção dos pais como acontecia antes.
Segundo o site Sem Xixi na Cama, a partir dos 5 anos, se a criança ainda urina na cama, recomenda-se procurar tratamento especializado, pois esta é uma idade em que ela começa a ficar incomodada com a enurese (perda de urina involuntária), podendo sofrer emocionalmente.
A Profa. Dra. Cacilda Andrade de Sá, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), explica que o problema interfere na vida social dos pequenos. “As crianças que fazem xixi na cama queixam-se de não poderem dormir na casa de amigos e familiares, e assim ficarem de fora da famosa ‘Noite do Pijama’, atividade comum com os colegas”, diz a médica que também é coordenadora do serviço de Psicologia do Ambulatório de Enurese do Hospital Universitário da UFJF.
O transtorno também pode afetar a vida escolar, a autoestima e a qualidade de vida da criança que, muitas vezes, é culpada por aquilo que, para ela, já é um castigo: acordar molhada.
Pra gente entender o tema:
O que é enurese noturna?
É definida, tecnicamente, como uma micção involuntária completa, ou quase completa, durante o sono, em criança com sistema urinário íntegro, na idade em que o controle esfincteriano está habitualmente presente. Ou seja: é a continuação do hábito involuntário de fazer xixi na cama após a idade em que as crianças já devem controlar a urina.
É importante saber que essa perda de urina involuntária acontece sem qualquer culpa por parte da criança.
Esse pode ser um problema hereditário?
Sim. Dois terços dos pais enuréticos (que faziam xixi na cama) poderão ter filhos com sintomas da enurese.
Em uma minoria dos casos, a enurese tem um problema psicológico como fator causal e, normalmente, está relacionada a algum trauma (estresse) sofrido pela criança e ocorre após a mesma já ter ficado seca por um período maior que 6 meses. No entanto, em ambos os casos, a criança não consegue controlar a micção durante o sono e os episódios ocorrem sem que ela queira.
O que é enurese noturna primária?
É quando a criança passa dos 5 anos de idade sem nunca ter apresentado um período prolongado de controle da urina.
O que é enurese noturna secundária?
É o tipo de enurese noturna caracterizada pelo seguinte quadro: a criança já apresentou um período de, pelo menos, seis meses de controle esfincteriano, ou seja, parou de fazer xixi na cama por um bom tempo, mas, de repente, voltou a perder urina durante o sono, aparentemente sem explicação.
Depois dos 5 anos de idade, fazer xixi na cama é sinal de doença?
Doença não, mas desenvolvimento defasado. Consideramos que a continuidade do hábito involuntário de fazer xixi na cama após os 5 anos é decorrência de uma defasagem do desenvolvimento do cérebro na identificação da bexiga cheia, durante o sono. Além disso, nessas crianças, o hormônio vassopressina, que regula a formação da urina, é secretado em volume menor do que o ideal para o controle da enurese.
Como é feito o diagnóstico?
Além de considerar os antecedentes pessoais e familiares, o diagnóstico pode ser feito observando a evolução da criança quanto ao desenvolvimento psicomotor e à capacidade de enchimento e esvaziamento da bexiga. Adicionalmente, pode ser necessário submeter a criança a exames clínicos: genital, neurológico, de urina e de sangue.
Existe tratamento para o problema?
Os mais difundidos atualmente são mudanças de hábito, como: beber menos líquidos no período noturno; esvaziar a bexiga antes de deitar; abolir o uso de faldas para desacostumar a criança ao conforto de urinar na cama; não despertar a criança durante a madrugada para urinar, a fim de que aprenda a acordar sozinha quando precisar urinar, e comemorar cada noite sem xixi na cama.
Fora isso, há o condicionamento por alarme, que, ao detectar as primeiras gotas de urina na roupa da criança, toca e a acorda, podendo terminar a micção no banheiro e os medicamentos prescritos pelo médico, que aumentam a ação antidiurética da vasopressina, evitando a perda de urina durante a noite.
O acompanhamento psicólogo é importante no tratamento. O profissional pode fornecer informações sobre treinamento e controle esfincterianos, auxiliar na recuperação da autoestima das crianças e orientar os pais sobre como lidar com o transtorno.
Olha a dica!
Evite a ingestão de líquidos ou alimentos com cafeína e chocolate no mínimo 2 horas antes da criança ir dormir. Também crie o hábito do seu filho urinar antes de deitar e logo ao acordar.
Valorize as noites secas
Durante o tratamento, cada noite seca precisa ser encarada como uma vitória, valorizada com elogios e muito carinho. Uma boa alternativa para isso é utilizar um calendário, e colar adesivos ou estrelas sempre que a criança conseguir controlar o fluxo. Outro caminho é presentear a criança a cada x dias consecutivos secos.
8 frases para evitar quando o assunto é xixi
Muitas vezes nós – pais – nos sentimos frustrados ou na ânsia de tentarmos ajudar acabamos, sem perceber, afetando a saúde emocional das crianças. Por isso, é importante evitar algumas frases negativas que não contribuem em nada para diminuir o problema e, ao contrário, podem piorar o quadro e aumentar as chances de um trauma emocional.
O que não dizer:
– Seu irmão não fazia xixi na cama!
– Que mania é essa de fazer xixi na cama?
– Não sei mais o que fazer com você!
– Xixi na cama de novo?
– Se fizer xixi na cama outra vez, fica de castigo!
– Voltou a ser bebê/ criancinha?
– Deixa pra lá, isso passa!
– Desse tamanho e ainda faz xixi na cama?
Sabia mais sobre isso AQUI
Interessante esse assunto, não é? Quando a gente entende que o problema do xixi na cama pode ser hereditário e que a criança não está fazendo isso porque quer, mas que é algo involuntário, fica mais fácil lidar com a situação e ajudar nossos filhos a superarem o problema.
Espero que as informações sejam úteis para a sua família. Gostou do post? Compartilhe com os seus amigos e nos ajude a levar informação de qualidade para mais famílias.
Beijos, da Mamãe Prática Fabi
Fonte e foto: Sem Xixi na Cama
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Eu ainda não comecei o desfralde noturno por preguiça eu não quero acordar de madrugada