Praticamente toda criança, de diferentes idades e de forma mais ou menos intensa, tem suas fases de birras, chiliques e choros porque não quer fazer algo que pedimos, não aceita quando dizemos que não pode ter ou fazer algo, sente ciúmes e muitas outras situações.
Pensando em tudo isso, achei legal trazer para vocês algumas reflexões da psicóloga e pedagoga Mikaela Övén, a Mia. Ela é sueca, mas vive em Portugal, e também é mãe de três filhos.
A Mia segue a linha da Parentalidade Consciente para apoiar famílias na busca de harmonia e equilíbrio sobre a forma de educar as crianças. Olha só o que ela diz:
Sobre as birras
Segundo ela, as birras estão relacionadas, muitas vezes, ao desejo inconsciente da criança de ter mais autonomia. Para diminuir as birras, ela sugere refletir sobre como podemos agir proativamente e dar mais responsabilidade para nossos filhos se tornarem mais independentes, por exemplo, envolvendo-os nas tarefas da casa e deixando que escolham a roupa para sair.
“Se apenas castigarmos a criança e dissermos que ela não tem razão nenhuma pra fazer a birra, perdemos a oportunidade de conhecê-la”, diz Mia.
Ela explica que temos que ensinar que a birra não é uma alternativa que ela terá na vida adulta e para isso precisamos prestar atenção nas emoções da criança durante a birra ao invés de julgá-la. Você pode dizer, por exemplo, que percebe que seu filho está chateado, mas que não vai comprar tal coisa naquele momento. E tudo bem ficar chateado!
Essa maneira de lidar com as birras é um exemplo de como a psicóloga acredita que podemos educar nossos filhos de forma mais consciente. Ela também lembra que se queremos dar autonomia e melhorar a autoestima dos nossos filhos, não podemos, apenas, impor a motivação porque a criança precisa se sentir envolvida.
“Se é a criança quem faz uma lista, desenha e se propõe a fazer as tarefas, a sua motivação será maior. Nós pais temos tendência a impor. Mas como nós nos sentimos quando temos um chefe que nos impõe?”, diz Mia.
Sobre obediência
Outro ponto que ela sugere é nos perguntarmos se queremos ter um filho obediente ou colaborador. Segundo ela, existem várias formas de fazermos a criança colaborar conosco, inspirada na comunicação não violenta. Esses são os passos:
4 passos simples para seu filho ser mais colaborativo:
Passo 1: Conecte-se antes de direcionar
A primeira coisa que devemos observar para conseguirmos a colaboração das crianças tem a ver com a conexão que temos com elas. Será que este é o momento certo? Por exemplo, se eu chamar meu filho na cozinha quando ele está assistindo a Peppa, provavelmente a conexão será muito fraca.
Passo 2: Observe e descreva a situação
É interessante observar o que está acontecendo sem fazer julgamentos, por exemplo: “Filho, o seu casaco está no chão”.
Passo 3: Expresse sua emoção e necessidade
Você pode, por exemplo, dizer qual o sentimento que você tem com aquela situação e a sua necessidade: “Fico um pouco estressada/chateada quando vejo a roupa assim no chão e gostaria de ver a casa um pouco mais arrumada”.
Passo 4: Faça o pedido
Em seguida, você pode fazer o pedido: “Vamos pegar o casaco do chão, por favor”
Beijos, da Mamãe Prática Fabi
Foto: Mamãe Prática
Sou mãe de três crianças com um ano de diferença entre elas,e não está sendo fácil as fases estão chegando e cada um age de uma forma. Mas do que isso eu e o meu marido nunca entramos em concordância,pois pensamos diferente no ato de educar nossos filhos,em fim,estou extremamente esgotada e seguindo em frente assim tentando fazer o melhor. Meus bebês tem idade de 2 anos e 9 meses,1 ano e 8meses e 2 meses…ufa!!!
Renata, realmente você é uma guerreira! Imagino o super desafio de educar três tão pequeninos, não é fácil mesmo. Ainda mais porque cada um está numa fase e apesar das idades próximas são fases bem diferentes. Para o bem da família, uma sugestão é tentar conversar com seu marido para vocês chegarem a um consenso. Que tal pensarem juntos em uma terceira maneira (que vcs dois se sintam bem) de conduzir as coisas? Tente curtir mais os pequenos porque crescem rápido e lembre-se que tudo passa. Beijos e força! Fabi