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Refugiada: mãe síria reconstrói vida no Brasil e sonha reunir filhos algum dia

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Hoje vou contar pra vocês uma história que conheci há poucos meses e fiquei muito comovida. É a história da Razan Suliman, uma mãe síria, de 27 anos, que há pouco mais de 2 anos vive no Brasil refugiada da guerra. Eu conversei com ela, pessoalmente, em São Paulo.

Razan nasceu e cresceu na cidade de Allepo, na Síria. A família tinha uma vida tranquila e o pai trabalhava na universidade local. “Lá na Síria tínhamos uma vida comum. Pela manhã íamos à escola, minha mãe fazia o almoço e a tarde ajudávamos na casa. Sexta-feira era o dia para passear e ir na casa dos avós”, conta.

Razan casou jovem e teve dois filhos, a menina Thann, de 8 anos, e Nawaf, 6 anos. Em Allepo, Razan trabalhava como professora de inglês para crianças e também trabalhou com sistemas de informação e tecnologia de uma pequena empresa.

Mas há poucos anos, Razan viu a sua cidade e o seu país mudarem completamente. A guerra devastou a cidade e fez com que toda a sua família se separasse fugindo dos conflitos, além das vidas que se foram. “Até agora perdi 40 pessoas da minha família por causa da guerra”, conta.

Toda a sua referência de vida foi destruída nos últimos anos. Sua casa foi arrasada, literalmente, pelas bombas. Não tinha mais água, luz ou comida. “Minha cidade Aleppo era um paraíso, mas um dia acordamos e aconteceu a guerra. É muito difícil”, diz Razan.

Quando a situação ficou insustentável Razan e seu atual marido, Mohamad Dahhan, decidiram sair da Síria. Antes de chegar em São Paulo, em agosto de 2014, Razan e Mohamad viveram três meses em Beirute (Líbano), mas não havia trabalho nem dinheiro. Tentaram ir para Jordânia, Arábia Saudita, Egito, França e outros países, mas nenhum local permitiu que recebessem visto.

Foi então que decidiram vir para o Brasil com a esperança de sobreviver, mesmo sem ainda conhecerem nada sobre o país. Aqui encontraram acolhimento e fizeram muitos amigos. “Estou bem aqui, os brasileiros nos recebem muito bem”, revela.

Ao chegar no Brasil, Razan descobriu que estava grávida de 40 dias e no início de 2015 teve Adam, hoje com 2 anos. Seus outros dois filhos estão com o ex-marido na Alemanha, mas Razan tem dificuldade de contatá-los e poucas notícias.

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Razan com Mohamad e o filho Adam


Reconstruindo a vida

Para sustentar a família, Razan e Mohamad venderam água no centro de São Paulo e Mohamad trabalhou por um período curto consertando aparelhos eletrônicos. Ele sofre com problemas de audição e na coluna devido à uma bomba que caiu perto da casa deles, em Allepo.

Recentemente, Razan começou a preparar e vender a tradicional comida árabe da sua terra natal, e vem fazendo muito sucesso entre os brasileiros. “Aprendia a cozinhar com a minha mãe e a minha avó”, conta. Ela criou uma página no Facebook chamada Razan Comida Árabe para receber encomendas da sua comida.

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Com a ajuda do marido, quase toda semana Razan também participa de eventos e feiras na cidade onde vende sua comida árabe.

Foi em uma dessas feiras, no MIS (Museu da Imagem e do Som) onde que conhecê-la pessoalmente. Apesar do cansaço no rosto por ter passado a noite preparando encomendas e a comida para a feira, Razan e Mohamad atendiam sempre seus clientes com muita simpatia.

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Esperança

Apesar de tudo o que já viveu, Razan tem o sonho de um dia reunir novamente a família, estar com seus filhos, com a mãe que está refugiada na Macedônia e o pai que ainda vive em Allepo. “Não temos dinheiro para trazê-los ao Brasil, a passagem é muito cara, mas meu sonho é ver meus filhos e minha família comigo novamente”, diz.

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Enquanto reconstrói a vida no Brasil, Razan tem a esperança de conseguir reunir os filhos algum dia


Como ajudar

Quer fazer uma encomenda para sua festa ou evento? Você pode contatar Razan e Mohamad pela página Razan Comida Árabe. Já experimentei algumas dessas delícias e adorei!

Coloquei aqui as fotos só pra você ficar com vontade rs rs rs

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Recentemente, Razan conseguiu um espaço para profissionalizar a sua cozinha e produzir em maior escala, mas precisa de ajuda para preparar o local com utensílios, equipamentos e fazer a cozinha funcionar. Por isso, criou uma vaquinha online para arrecadar fundos. Quer ajudar? Acesse: Ajude Razan a ter a sua cozinha!

Assistam AQUI a entrevista de Razan para o programa Encontro com Fátima Bernades, da TV Globo, no dia 20 de junho.


Espero que essa história tenha tocado o seu coração (assim como tocou o meu) e que te ajude a enxergar a vida de uma maneira mais leve e com mais compaixão, afinal, muitas vezes os nossos problemas são muito pequenos diante do sofrimento que existe no mundo, não é mesmo?

Beijos, da Mamãe Prática Fabi

Fotos: Arquivo pessoal

*Post atualizado em 21/06

12 comentários sobre “Refugiada: mãe síria reconstrói vida no Brasil e sonha reunir filhos algum dia

  1. Nossa! Que história! Tão diferente da nossa realidade e, ao mesmo tempo, tão perto da gente. Adorei conhecer um pouco dessa história!

    1. São histórias como essas que nos inspiram a superar nossos desafios né Talita… beijos, da Mamãe Prática Fabi

  2. Que história incrível, estas pessoas são guerreiras.

  3. Nossa Fabi, que post mais maravilhoso!
    Eu quero muito conhecer a Razan e torço muito para tenha muitas alegrias futuras.
    A guerra é uma tristeza sem tamanho, nós aqui no Brasil mal podemos ter idéia deste sofrimento.
    Vou visitar o site
    Bjs, querida

    1. Obrigada Clau! Realmente nós não temos ideia do que as pessoas sofrem por causa das guerras mundo afora, mas às vezes essas histórias estão mais perto da gente do que imaginamos. Beijos, da Mamãe Prática Fabi

  4. Emocionante!! Lindo de ver a garra dessa mãe…Torço muito para que esse reencontro seja em breve!

    1. Também estamos torcendo Melissa! Beijos, da Mamãe Prática Fabi

  5. Que história linda e emocionante. Adorei o relato. É muito bom para termos mais conhecimento do que acontece com pessoas que passam por isso. É uma forma de ficarmos mais próximos das histórias delas,
    beijos
    Chris

  6. Que história, nossa. Deus fará com que tudo se ajeite.

    1. Com certeza Vivi, vamos torcer. Beijos, da Mamãe Prática Fabi

  7. Que história emocionante! De arrepiar!

  8. Pois é a gente as vezes fica presa no nosso mundinho né? Historia inspiradora de uma guerreira.

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