Comer de forma saudável é tão óbvio quanto a necessidade que temos de beber água. Mas por que tanta gente acaba caindo de boca nos refrigerantes e em quantidades exageradas de carboidrato e proteínas? Eu tenho uma teoria (de quem é jornalista curiosa e não nutricionista) de que boa parte do problema está na nossa infância.
Sigam meu raciocínio. Se quando crianças somos acostumados a acreditar que o gostoso são as frituras, doces e fast-foods e que os alimentos saudáveis são apenas a ponte, a refeição “obrigatória”, para ganharmos a nossa amada recompensa, será que assim não vamos crescer acreditando que comer saudável é muito chato e sem graça?
Felizmente, este não foi o meu caso, pelo menos em parte. Sempre fui de comer de tudo, mas meu fraco sempre forem os doces, que de tão proibidos que eram tornaram-se ainda mais cobiçados. Por isso, vou tentar proporcionar à minha filha uma alimentação equilibrada, sem exageros, mas que não seja restritiva, afinal a vida também é feita de momentos gostosos, em torno da comida.
O assunto “Meu filho não come” está cada vez mais em evidência na mídia. São muitos os programas que abordam o assunto e mostram pais desesperados, pois as crianças comem sim, mas comem errado! De tanto se entupirem de alimentos com excesso de sal e açúcar – traduzindo: salgadinhos, fast-foods, bolachas e muitos outros salgados e doces industrializados-, ficam sem comer uma folhinha sequer de alface ou qualquer fruta, exemplos de fontes de fibras. O resultado são crianças doentes, com anemia ou problemas “de gente grande”, como colesterol alto e obesidade.
Para ajudar os pais que passam por esses problemas e aqueles que, como eu, esperam não passar por isso no futuro, conversei com a nutricionista Luciane Gonçalves de Lima, autora do livro “Alimentação Infantil: Receitas Nutritivas e Equilibradas” (Ed. Juruá) e conselheira do Conselho Regional de Nutricionistas 8ª Região – Paraná (CRN-8). Já de cara ela “toca na ferida” e constata o que muitos não querem enxergar: não se deve ter medo de impor limites aos filhos. Para Luciane, as crianças precisam saber que não podem fazer ou conseguir tudo, o que também vale para a alimentação.
Por isso, é preciso habituar seu filho a ter regras. No caso da alimentação, significa fazer as refeições sempre nos mesmos horários e preferencialmente no mesmo lugar. “Fazer concessões frequentes é abrir precedentes que dificilmente serão corrigidos”, alerta a nutricionista. As dicas que ela trouxe para o blog são muito bacanas! Vejam a seguir que interessantes suas orientações.
Como incentivar seu filho a comer de forma saudável:
• Alimente seu filho num intervalo de duas a três horas entre cada refeição, com quantidades pequenas de alimentos. A dieta deve ser fracionada em seis refeições por dia.
• Não substitua refeições principais (como almoço e jantar) por leite ou derivados, espere para oferecer esses alimentos mais tarde.
• Mantenha as verduras e os legumes no prato da criança, mesmo que ela não coma, porém ela não deve ser obrigada a comer ou ser chantageada por isso.
• Apenas ofereça sucos e refrigerantes (este ocasionalmente) depois das refeições.
• Evite comentários sobre as sobras no prato e não use as guloseimas como recompensa.
• Dê o exemplo também comendo de forma equilibrada e sempre ofereça alimentos saudáveis.
Mamães, as dicas da nutricionista Luciane não param por aqui! Neste outro post, a entrevistada explica como preparar legumes e verduras para as crianças.
Beijos, da Mamãe Prática Mari
Cadastre-se no Clube Mamãe Prática para receber nossos posts e novidades!
Você também pode gostar de ler:
– “Por que não dar fast-food para as crianças”
– “Chegou a hora de comer papinha, e agora?”
Fiquei sabendo hoje que meu filho de 5 anos está com tríglice rides alto, fiquei muito preocupada, pois ele é uma criança muito difícil para comer, em função disso já marquei uma consulta com a nutricionista, como se trata de uma criança é melhor procurar um especialista no caso. Mais gostei muito de tudo que aprendi aqui lendo a respeito.
Olá Elyssandra,
Obrigada! Ficamos felizes em ajudar!
A dica é não desistir e sempre ser o exemplo, mostrando que os alimentos saudáveis também são gostosos de comer. A refeição precisa ser um momento gostoso e prazeroso entre a família. Você vai conseguir, acredite.
Beijos, da Mamãe Prática Mari