Já passei com a minha filha Manuela três longas adaptações em escolinhas e no meu caso todas foram difíceis. Por isso, enquanto lia este artigo da nossa colunista, a psicóloga infantil Ana Flávia Fernandes, eu ia relembrando cada fase que passamos juntas, eu e a minha pequena Manu.
Gostei muito da reflexão da Ana Flávia! Com a palavra, a nossa querida colunista:
A primeira vez na escola: como ajudar seu filho
O início do ano é um momento em que muitas famílias começam a se preparar para a entrada dos filhos na vida escolar. Nesse processo de transição pode surgir uma ansiedade e um desconforto que geralmente acontecem quando vamos viver algo novo.
O desconhecido costuma gerar um sentimento de medo e reações físicas, não só nas crianças, mas também nos pais, o que pode dificultar essa adaptação à nova realidade.
Por isso, é tão importante cuidarmos de alguns aspectos desse processo para tirar o máximo de aprendizado dessa experiência de mudança.
Começar a vida na escola é uma grande oportunidade para percebemos e mudarmos alguns comportamentos. O choro e o medo podem se transformar em sorriso e segurança, a criança que age impulsivamente pode aprender a lidar com regras e limites, a menina tímida pode se arriscar mais, o menino que era agressivo pode construir fortes vínculos de amizades.
O grande desafio é auxiliar as crianças a se conscientizarem disso e incentivar o movimento de se abrir para o novo.
Uma atitude que pode ajudar muito é a criança fazer uma visita antes do início das aulas para conhecer a escola. Mostrar o que ela vai fazer, onde acontece o lanche com os amiguinhos, a sala de atividades esportivas, sala de música e as outras áreas que a criança poderá frequentar.
Assim, ela começa a se familiarizar com a mudança que vai acontecer, com o novo cenário e com os novos vínculos que poderão surgir ali.
Participar da compra do uniforme e material escolar também é uma boa oportunidade para a criança conhecer e se habituar com o que utilizará na sua rotina escolar.
Além disso, nessa nova jornada é essencial fazer uma parceria com a escola e professores. Essa conexão tranquiliza o coração dos pais e dá segurança aos filhos, que sentem que têm apoio dentro e fora da escola para desenvolver seu aprendizado social, emocional e intelectual.
Podemos preparar a ida para escola cuidando também do nosso estado interno. Mesmo após essa escolha criteriosa pela instituição que tenha valores semelhantes aos valores familiares, muitos pais se sentem tão angustiados com a nova situação que choram na porta da escola.
Outros incentivam verbalmente, mas seus olhos transmitem a mensagem “Filho, fique comigo”. Essa dupla mensagem pode confundir a cabeça das crianças que sem saber o que fazer, choram e resistem a entrar na escola.
A mãe e o pai são as primeiras referências de vínculo de confiança e amor, então, é natural que os filhos demonstrem uma certa dificuldade em se separar deles.
Quanto mais nova a criança for, maior a dificuldade. A segurança e tranquilidade dos pais com a decisão tomada são fundamentais para a boa experiência dessa separação temporária.
No período de adaptação é comum que as crianças chorem inicialmente, mas quando sentem nosso cuidado e apoio, entram na sala e logo já estão brincando com as outras crianças.
No final da aula, quando nos encontramos novamente, temos mais uma oportunidade de aprendizado sobre as mudanças da vida e o quanto elas nos ensinam que podemos ficar sempre conectados.
Mesmo quando cada um está em um lugar, o filho na escola e os pais no trabalho, existe um fio que nos mantém juntos.
Não podemos ver esse fio, mas conseguimos senti-lo em nosso coração sempre que a saudade da mãe ou do pai surgir na nossa cabeça. Esse fio é chamado de amor.
Psicóloga Infantil com especialização em Psicodrama, Ana Flávia Fernandes atende as crianças e suas famílias há muitos anos. “Para cuidar bem dos pequenos, também é preciso cuidar dos adultos a sua volta”, explica. Muito querida e atenciosa, ela também nos brinda com a sua sabedoria e experiência clínica no blog Terapia de Criança.
Beijos, da Mamãe Prática Mari
Gostei muito do artigo. Linguagem atual, simples e de alcance para os Pais.
Estou vivendo esta situação. Minha pequena completou 2 anos e está começando a fase de adaptação no Maternal amanhã. Estamos empolgados. Ela também. Obrigada pela leitura!
Olá Luciana!
Que bom que gostou! Ficamos felizes em ajudar!
Continue nos acompanhando, pois teremos mais posts sobre o assunto.
Beijos, da Mamãe Prática Mari