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“Manhêêê, tá doendo”

Conheça as principais dores infantis

Foto: Studio Cl Art
Foto: Studio Cl Art

Dizem que dor de filho também dói na gente, afinal é muito angustiante ver seu rebento sofrendo com qualquer tipo de desconforto, não é? Sem dúvida, sofremos juntos e só ficamos tranquilos quando a dor vai embora. Cólicas, enxaquecas, dores associadas ao nascimento dos dentes e até ao crescimento são algumas das dores mais comuns na infância e que podem surgir em diferentes épocas da vida da criança, desde os primeiros meses até o início da adolescência.

Para orientar os pediatras de todo o País sobre o tema e dar mais atenção a esses tipos de dores, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) criou o “Consenso sobre Dores Pouco Valorizadas em Crianças”, publicação que teve o apoio da Johnson & Johnson.

O documento aborda a importância do diagnóstico e do tratamento de oito dores infantis que respondem pelas principais queixas nos consultórios médicos. “Um dos principais destaques do Consenso é que todas as dores têm tratamento e que não há necessidade de uma criança ter que conviver com a dor. Este é um material valioso de consulta que vai ajudar muito na detecção e tratamento destas dores que hoje são consideradas pouco valorizadas”, comenta o pediatra Claudio Len, que também é reumatologista pediátrico e coordenador do Consenso.

O legal é entender que algumas dessas dores fazem parte do desenvolvimento da criança, como as temíveis cólicas dos bebês e o nascimento dos primeiros dentinhos, mas com a orientação é possível aliviá-las e tratá-las corretamente.

Aonde dói?
Conheça as principais dores que podem surgir na infância:

1.    Cólica do lactente
As cólicas aparecem algumas semanas após o nascimento do bebê e com mais intensidade entre a quinta e a oitava semanas de vida. Os principais sinais são irritabilidade, choro inconsolável (e até berros) acompanhado de mãos apertadas, flexão dos joelhos, excesso de gases e face vermelha. Geralmente as cólicas surgem no final da tarde ou início da noite e, felizmente, tendem a passar em poucos meses, a partir do desenvolvimento da flora intestinal do bebê.

2.    Dores em erupção dental
Nada mais é do que a dor associada ao nascimento dos dentes, geralmente a partir do 6° mês de vida. Por causa dessa dorzinha chata, o bebê pode sentir desconforto, ficar irritado, ter febre e alterações do sono, além de recusar alguns alimentos.

3.    Desordens temporomandibulares
Esse tipo de dor, com um nome bastante assustador, está relacionado a problemas que afetam os músculos mastigatórios, a articulação e estruturas associadas à dentição. Estudos indicam que as causas do problema estão associadas ao desenvolvimento craniofacial da criança.

4.    Cefaleia/enxaqueca
Crianças também sentem dor de cabeça e esta é a queixa mais comum nos consultórios médicos. Existem mais de 150 tipos de dores de cabeça, mas a enxaqueca é a forma mais recorrente. Hábitos alimentares ruins, sono desregulado e estresse estão associados ao problema. Na maioria dos casos, o diagnóstico é feito clinicamente e há tratamento.

5.    Dor do crescimento
É a terceira dor mais comum em crianças e adolescentes. A principal característica são dores localizadas e intensas, principalmente durante a noite, nos membros inferiores, como região anterior das coxas, pernas, panturrilhas e atrás do joelho. A causa da “dor do crescimento” ainda é incerta, mas algumas teorias associam seu aparecimento com alterações ortopédicas e de postura como escoliose ou lordose; fadiga muscular; alterações vasculares; resistência óssea diminuída; fatores emocionais e psicológicos; e obesidade. O tratamento inclui massagem no local da dor, administração de analgésicos e prática regular de atividade física.

6.    Dor abdominal recorrente
É a segunda queixa mais comum nos consultórios pediátricos e atinge cerca de 10% das crianças, principalmente meninas entre 8 e 10 anos. É caracterizada por três ou mais episódios de dor abdominal no período de pelo menos três meses. As causas são inúmeras, desde distúrbios intestinais, infecções do trato urinário até alergias alimentares e outras.

 7.    Fibromialgia juvenil
É manifestada por uma dor músculo-esquelética crônica e generalizada, acompanhada principalmente por fadiga, distúrbios do sono e do humor. Outros fatores associados à doença são cefaleia, dor abdominal, ansiedade, depressão e estresse.

8.    Dores relacionadas à prática de esportes
Como o próprio nome já diz, essas dores estão associadas à prática de atividades físicas. As queixas mais comuns em crianças e adolescentes são dor muscular crônica, dor na região lombar e no púbis (um dos ossos que forma a pélvis).

Esperamos que este post tenha te ajudado a entender um pouco sobre o universo das dores infantis. E se seu filho tiver alguma dor persistente, lembre-se de consultar o pediatra!

Beijos, da Mamãe Prática Fabi

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