Conheço diversas mamães que sofrem muito toda vez que seus filhos pequenos apresentam reações alérgicas, seja por causa de algum alimento consumido ou por problemas respiratórios. No caso da asma e da rinite alérgica, por exemplo, é muito angustiante ver a criança com dificuldade para respirar, não é mesmo?
Segundo a médica Ana Paula Moschione Castro, diretora da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI), fatores genéticos e ambientais estão associados ao desenvolvimento de alergias alimentares e respiratórias nas crianças. Mas o bom é que essas alergias têm tratamento e as crises podem ser evitadas ou controladas.
Pensando em tantas mães preocupadas com o tema, pedimos à especialista para esclarecer cinco aspectos sobre alergias na infância. Veja a entrevista da Dra. Ana Paula para o blog Mamãe Prática.
1. Quais são as alergias mais comuns na infância?
As alergias mais comuns da infância são as mesmas da vida adulta, mas em um percentual muito maior. Vale lembrar que as alergias respiratórias são as mais prevalecentes nas crianças, com destaque à asma e à rinite alérgica, mas, na população pediátrica, não podemos esquecer da alergia alimentar e da dermatite atópica [processo inflamatório crônico da pele que causa coceiras e lesões avermelhadas].
2. Quais são as principais causas dessas alergias?
As doenças alérgicas são resultados da interação entre fatores genéticos e ambientais. Desta maneira, os pacientes alérgicos possuem alterações nos genes, que podem ter sido herdados de seus pais, que encontram no ambiente fator de desencadeamento das crises. Neste contexto, a poeira domiciliar contendo ácaros e epitélios de animais são importantes desencadeantes de alergias respiratórias que pioram, incrivelmente, em contato com fumaça de cigarro ou algumas infecções virais.
3. Quais sintomas estão frequentemente relacionados a essas alergias?
Nas alergias respiratórias, os espirros constantes, a coriza e a obstrução nasal são os sinais característicos da rinite alérgica, que ficam mais evidentes nas crianças a partir dos dois ou três anos de idade. Já a asma produz sintomas como as crises de chiado constantes ou o cansaço aos esforços. As alergias tendem a ser crônicas ou recorrentes, portanto, se estes sintomas são persistentes, deve-se procurar o médico.
4. Existem alergias que podem ser prevenidas ou evitadas?
As alergias podem ser prevenidas mantendo-se o aleitamento materno por no mínimo seis meses e postergando, quando possível, a entrada na escolinha, mas nada disto é exatamente uma garantia de que a alergia não irá ocorrer. O ponto mais importante é reconhecer que, uma vez obtido o diagnóstico de alergia, há muito que se fazer para prevenir as crises de alergia. Há medicações seguras e eficazes que atuam de maneira eficaz e conseguem garantir vida normal [à criança]. Existem as medidas de controle do ambiente ou, no caso das alergias alimentares, as orientações para evitar o alimento [que estiver causando a alergia].
“As alergias podem ser prevenidas mantendo-se o aleitamento materno por no mínimo seis meses e postergando, quando possível, a entrada na escolinha, mas nada disto é exatamente uma garantia de que a alergia não irá ocorrer”
5. Em geral, as crianças podem se tornar tolerantes a essas alergias ou serão alérgicas por toda a vida?
As alergias alimentares (em especial ao leite, ovo, soja e trigo) tendem a evoluir para a tolerância. Com relação às alergias respiratórias, pode haver períodos de melhora, mas sempre é importante estarmos atentos aos fatores de piora, portanto, recomendações como cuidar do ambiente e torná-lo mais livre de alérgenos [substâncias que podem induzir a uma reação alérgica] devem valer por um longo tempo.
Espero que essas informações tenham te ajudado a entender mais sobre o assunto!
Um beijo, da Mamãe Prática Fabi
Foto: Freeimages/ John Lewis
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