Dando continuidade ao post que fizemos sobre os benefícios do leite materno para a saúde da mãe e do bebê, com a ajuda da querida Fabíola Cassab, doula especializada no aconselhamento em aleitamento materno e fundadora da MATRICE – Ação de Apoio à Amamentação, vamos dar mais detalhes sobre o tema.
Nesse post achei legal reproduzir uma parte da entrevista que fizemos com a Fabíola, que também é mãe da Paola e membro do Comitê de Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, consultora em aleitamento materno e membro da Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar (IBFAN – Brasil). Aqui ela explica mais quatro pontos interessantes sobre a amamentação.
Amamentar reforça o vínculo entre mãe e bebê?
Fabíola Cassab: Sim. Amamentar reforça o vínculo entre mãe e filho, pois amamentar é mais do que alimentar um bebê. É nutrir emocionalmente uma pessoa. Quando uma criança mama ela recebe os nutrientes, mas também reforça a relação entre os dois [mãe e filho]. Essa relação traz benefícios psicológicos ao bebê que se sente protegido, pois sente o cheiro da mãe, ouve o coração e tem um contato prolongado pele a pele com a mãe. E a mãe sente também sua proteção sobre esse bebê; ela se sente mais eficiente como mãe, mais protetora.
Amamentar faz a mulher queimar calorias?
Fabíola: Sim. A produção do leite materno tem uma grande queima calórica. Equivalente mais ou menos a duas horas de aeróbica, o que ajuda a mulher na perda de peso no pós-parto. Geralmente, os quilos ganhados na gestação são proporcionalmente perdidos durante a lactação [se a mamãe se alimentar de forma saudável].
A amamentação aumenta a inteligência do bebê? Isso é comprovado cientificamente?
Fabíola: Sim. Crianças amamentadas possuem um maior desenvolvimento intelectual. Essa pesquisa é antiga. Isso se dá por inúmeros fatores, entre eles a melhor nutrição devido à melhor absorção via aleitamento materno. Destaco essa citação de estudo: “Há evidências de que o aleitamento materno contribui para o desenvolvimento cognitivo. A maioria dos estudos conclui que as crianças amamentadas apresentam vantagem nesse aspecto quando comparadas com as não amamentadas, principalmente as com baixo peso de nascimento”.
Segundo uma pesquisa divulgada recentemente pela Universidade de Pelotas, que acompanhou 3,5 mil recém-nascidos durante mais de três décadas, crianças amamentadas por pelo menos um ano obtiveram, aos 30 anos, quatro pontos a mais de QI (Quociente de Inteligência). Qual a sua opinião sobre essa pesquisa?
Fabíola: Quando a minha filha nasceu, uma parte dessa pesquisa havia sido anunciada, e já sabíamos que o desenvolvimento dessas crianças [amamentadas] era superior. Não me surpreende essa pesquisa, [pois] nós que temos filhos amamentados longamente temos a experiência viva em casa. No entanto, a surpresa fica em saber que as mulheres, independentemente da classe social, amamentam. Isso é MARAVILHOSO. A amamentação deixa então de ser uma saída “econômica” para as pessoas que não possuem dinheiro para os substitutos do leite materno.
Nós que lidamos com a amamentação diariamente sabemos que todas as mães querem amamentar. No geral é quem cerca essa mulher que a desencoraja, desde a família e amigos até mesmo os hospitais e pediatras (particulares ou não).
Entre as diversas fontes de pesquisa usadas como referência pela entrevistada, estão o Manual Prático do Aleitamento Materno, do pediatra espanhol Dr. Carlos Gonzales (Editora Timo), e o Caderno de Atenção Básica do Ministério da Saúde (Caderno 23).
Beijos, das Mamães Práticas Mari e Fabi
Foto: Estúdio Lidi Lopez para a exposição “Amamentar é …” (projeto do Portal Mundo Mommy em parceria com a fotógrafa)
excelentes dicas, já ouvimos falar também que o quanto mais a criança mamar no peito da mãe menos carente ela fica quando crescer