Olá meninas, geralmente quando a gente é mãe de primeira viagem surgem muitas dúvidas. E as nossas aflições começam logo após o nascimento, como quando o bebê recém-nascido faz um coco meio verde ou quando o bebê deixa de fazer coco. Não é mesmo? Por isso, compartilho agora com vocês as informações da gastropediatra Mariana Deboni, que esclarece algumas dúvidas muito comuns de nós, mamães e papais. Vejam só:
1. As fezes do recém-nascido
Você já deve ter reparado que as fezes do recém-nascido variam muito durante o dia. Ao nascimento, a primeira evacuação é denominada mecônio, uma espécie de massa pegajosa, preta, que se assemelha a piche. O mecônio deve ser eliminado até 48 horas de vida. Em seguida vêm as evacuações rotineiras que variam do amarelo mostarda até tons variados de verde. A consistência é líquida ou semilíquida. Esse é considerado o padrão normal. Já imaginou a dificuldade que seria ter que eliminar fezes moldadas quando se passa a maior parte do tempo deitado?
Curiosidade: a coloração verde não é considerada um sinal de cólica e sim uma variação da normalidade. Significa que o seu bebê tem um trânsito intestinal rápido e eficaz.
2. Constipação Intestinal ou prisão de ventre
Ocorre quando há eliminação de fezes com dor ou dificuldade. Geralmente é acompanhada de aumento no intervalo entre as evacuações. Na maioria dos casos, não há nenhuma doença no intestino. O que ocorre é que ele passa a funcionar de forma muito lenta. Enquanto a aquisição desse ‘modo exagerado’ de funcionamento pode ocorrer de forma súbita, a sua correção exige tratamento prolongado com a ajuda de um pediatra ou gastropediatra.
O que pode desencadear a prisão de ventre em crianças:
– Mudanças na dieta: muito comum quando há a introdução de novos alimentos e troca de leite materno por fórmula.
– Infecções febris agudas: nessa fase a criança tende a ficar sem apetite e beber pouca água. Dessa forma, as fezes se tornam mais consistentes.
– Retirada das fraldas: quando a retirada é feita de forma precoce, os padrões bizarros de evacuação podem surgir.
– Mudanças bruscas na rotina: viagem, troca de escola, mudança de casa.
– Indisponibilidade de banheiro: cuide para que seu filho tenha sempre acesso a um vaso sanitário limpo. Jamais ensine que usar o banheiro fora de casa é sujo ou ruim. Essas crenças acabam acompanhando a gente por toda a vida.
– Adiamento involuntário da defecação: as crianças são muito ocupadas com suas brincadeiras e não gostam de perder tempo no vaso sanitário. Esse comportamento que inicialmente é voluntário, rapidamente torna-se inconsciente e pode atrapalhar muito a vida do seu filho.
3) Penico ou vaso sanitário?
Tanto faz! O importante é a aceitação da criança. Se o pequeno preferir usar o vaso sanitário, deve-se estar atento a alguns detalhes. Para que a evacuação se processe de uma maneira eficaz é importante que os pés estejam apoiados e que o vaso sanitário tenha um redutor de assento (à venda em qualquer loja de artigos infantis). Dessa forma, tanto a musculatura abdominal, quanto a pélvica serão utilizadas. Além disso, oferece mais segurança, já que elimina o risco de quedas. O mercado oferece opções para todos os bolsos. Não precisa gastar uma fortuna, apenas preste atenção nas dicas acima e procure produtos com certificação de qualidade.
4) Dor abdominal crônica
A queixa de dor abdominal na infância é algo muito comum. Na maioria das vezes ela é do tipo funcional, ou seja, não é decorrente de nenhuma doença do tudo digestivo. Ela ocorre devido a uma hipersensibilidade individual a estímulos fisiológicos (como a digestão, produção de gases e secreção de enzimas).
Para que a dor abdominal seja classificada como funcional é preciso observar as seguintes características:
– Ganho adequado de peso e estatura;
– Ausência de sangue ou muco nas fezes;
– Ausência de diarreia;
– Ausência de febre;
– Ausência de anemia;
– Boa disposição para as atividades diárias;
– Ausência de outros sintomas como dor nas juntas, aftas na boca e falta de apetite.
5) Quem tem sede bebe água
Quem convive com crianças já deve ter reparado que é cada vez mais comum o hábito de trocar água por sucos, refrescos, refrigerantes e bebidas à base de soja. Poucos sabem, mas esse costume é prejudicial à saúde. Ele aumenta o risco de cáries e obesidade. Além disso, em grandes quantidades, alteram a aceitação da comida, causam dor abdominal e flatulência. Deixe essas bebidas para a hora do lanche. Após as refeições ofereça água (50 – 100 ml para as crianças pequenas e 200-300 ml para as maiores). Dê preferência ao consumo da fruta in natura em vez do suco ou refresco, já que assim as fibras podem ser ingeridas.
Meninas, outra dica é o post O intestino das crianças, com o médico Moises Chencinski, especializado em Pediatria e Homeopatia.
Beijos, da Mamãe Prática Mari
Foto: Sueli Zischler Photography
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