Olá mamães! Todo mundo sabe que é importante proteger as crianças do sol, mas, na prática, será que a gente consegue seguir todas as recomendações corretamente sobre fotoproteção? Confesso que aqui em casa a hora de passar o protetor solar é sempre um drama, uma luta! (risos).
Por isso, desde pequenininho optei por usar no Serginho camisetas de manga comprida com fotoproteção. Elas protegem bastante e não precisamos ficar reaplicando o protetor solar o tempo inteiro, deixando para usá-lo mais nas pernas, pés, rosto e orelhas, por exemplo.
Para entendermos mais sobre o assunto, divido com vocês esse artigo sobre fotoproteção em bebês e crianças enviado pela nossa colunista, a querida dermatologista Tatiana Aline Steiner, especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Com a palavra, Dra. Tatiana:
Fotoproteção em bebês e crianças
É comum as mães terem dúvidas sobre o uso de protetor solar em bebês e crianças. É muito importante esclarecer todas as dúvidas, mas, principalmente, transmitir às mães a importância da educação em FOTOPROTEÇÃO desde a infância, isto é: usar protetor adequadamente.
Criar o hábito de usar o protetor solar nos pequenos desde criança é fundamental para evitar os efeitos cumulativos da radiação solar na vida adulta. A exposição solar no início da vida tem um impacto crucial no surgimento do câncer de pele no futuro, pois o sol tem efeito cumulativo ao longo dos anos.
Segundo as recomendações das Academias Americanas de Pediatria e Dermatologia, os protetores solares são liberados para uso após os 6 meses de vida. Isso porque não há estudos IN VIVO que comprovem segurança e ausência de toxicidade para menores de 6 meses.
Até os 6 meses, recomenda-se que o recém-nascido não seja exposto diretamente ao sol, pois a pele do bebê é muito fina e sensível. As substâncias contidas no protetor solar podem causar irritações e processos alérgicos.
Portanto, alguns cuidados com os menores de 6 meses são:
- Não expor os bebês diretamente ao sol.
- Quando necessário, usar roupas e chapéus para proteger os bebês da exposição solar (proteção mecânica).
- Em situações excepcionais, o uso de fotoprotetor pode ser prescrito e orientado pelo dermatologista, apesar de não ser recomendado nessa faixa etária, portanto, há exceção para a regra.
Crianças de 6 meses a 2 anos
- Evitar a exposição direta ao sol.
- É preferível o uso de filtros inorgânicos (físicos) por terem menor potencial de permeação cutânea e causar menos reação alérgica, se comparados aos orgânicos.
- Produtos em creme e bastões são particularmente mais indicados.
Para as crianças entre 2 e 10 anos
- Usar produtos com balanço adequado entre filtros orgânicos e inorgânicos, com alta substantividade, ou seja, resistência à água, e de fácil aplicação (para espalhar).
- Usar produtos em loção cremosa e em aerossol. Estes são os mais bem aceitos pelos pequenos.
- Aplicar quantidade generosa de protetor solar, passando duas camadas de forma consecutiva, a fim de garantir a quantidade necessária.
- Acima de 10 anos já é possível usar protetor solar comum de adulto; filtros químicos principalmente.
Dúvidas frequentes:
O uso de chapéu e roupas ajuda a proteger?
Sim, a fotoproteção mecânica ajuda e deve ser estimulada nos bebês e crianças. Então, usar roupas, chapéus, óculos de sol e se proteger em coberturas naturais ou artificiais como guarda sol e barracas são coadjuvantes importantes para evitar os danos do sol.
As roupas com proteção realmente impedem a radiação solar?
Sim, bloqueiam a radiação solar em graus diferentes, dependendo dos tecidos que são confeccionadas. Existem especificações para este tipo de proteção e um valor que determina e quantifica a proteção é chamado FPU. Uma roupa com FPU de 40-50 permite uma transmitância de apenas 2,6%, conferindo excelente proteção à pele.
Entre as vantagens deste ripo de roupa estão a segurança e a certeza da uniformidade e continuidade da proteção oferecida. A desvantagem é que apenas a área coberta pelo tecido é protegida.
Qual a diferença entre filtro físico (inorgânico) e químico?
FILTRO FÍSICO ou MINERAL
Os filtros físicos contêm 2 ativos principais: Óxido de zinco e/ou Dióxido de titânio que são compostos minerais, ficam sobre a superfície da pele e NÃO são absorvidos. Promovem uma espécie de BARREIRA capaz de refletir a radiação UVA/UVB, não deixando a luz do sol penetrar. Ao chegar na pele, a luz é imediatamente refletida. É um protetor mais difícil de espalhar é é natural deixar a pele com uma coloração mais branca por conta da barreira física que ele faz.
A ausência de substância química faz com que o filtro seja recomendado para grávidas, crianças e pessoas com pele sensível ou tendência alérgica. O fato de não conter substância química evita qualquer toxicidade ou reação alérgica. Atualmente filtros físicos ou minerais estão sendo produzidos com microparticulas ou nanoparticulas, deixando uma fórmula mais leve, fácil de espalhar e sem o aspecto esbranquiçado.
A maioria dos protetores dermatológicos infantis são físicos. Para saber se o produto é um filtro físico, você pode observar o rótulo, geralmente, são informadas palavras, como: infantil / bloqueador/ físico / mineral ou leite mineral.
FILTRO QUÍMICO ou ORGÂNICO
Os filtros químicos contêm uma molécula química que absorve a luz solar (radiação ultravioleta/RUV), altamente energética, tranformando em radiação de baixa energia. Assim, ocorre uma interação da substância química com a pele. Ele penetra na superfície, é absorvido, reagindo com a radiação solar. Porém, ao contrário do filtro físico, sua cosmética é mais leve e são fáceis de espalhar.
Filtros químicos mais comuns (leia os componentes no rótulo): avobenzone, benzophenone-3, octyl metoxicinnamate, octocrylene.
Outro ponto que não podemos deixar de citar, é sobre a aplicação correta do produto nos pequenos. É importante aplicar em todas as áreas descobertas: pescoço, orelha e couro cabeludo. É comum ocorrer queimadura no couro cabeludo, pois o fio ainda é fino e o cabelo mais ralo.
Mais dicas
- A primeira aplicação é fundamental e deve ser feita com mais atenção, pelo menos 20 minutos antes da exposição ao sol, de preferência sem roupa ou com a menor quantidade possível.
- Deve-se reaplicar a cada 2 horas, quando em praia ou piscina, ou após longos períodos de imersão em água, e sempre associar bonés e chapéus.
- Formulações mais estáveis e resistentes à água facilitam a incorporação do uso de filtro solar na rotina dos pequenos.
Com seu olhar de mãe e médica, a dermatologista Tatiana Aline Steiner participa do blog com conteúdos para ajudar nós, mamães, diante dos desafios da maternidade, como quando nossos pequenos ficam doentes. Tatiana é mãe da Lorena e do Bruno, além de diretora técnica da Clínica DSkin – Unidade de Tratamentos. Site: www.denisesteiner.com.br
Muito boas as dicas e orientações da Dra. Tatiana! Um hábito que tenho é passar o protetor solar de 20 a 30 minutos antes de ir para o sol e realmente faz diferença.
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Beijos, da Mamãe Prática Fabi
Foto: Sueli Zischler Photography
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