
Olá meninas! Quando falamos em saúde das crianças e da família são tantos detalhes para pensar que nem sempre damos atenção para um problema relativamente comum que são as micoses, principalmente na pele, unhas e cabelos.
Na correria do dia a dia, algumas vezes, não lembramos (ou até lembramos, mas a criança não deixa rs rs rs) que é importante secar bem as dobrinhas, entre os dedos do pé, por exemplo, e acabamos colocando a roupa e as meias nos filhos mesmo sem secar direito, o que pode proporcionar um ambiente favorável para os fungos.
Por aqui tenho duas dificuldades com o Serginho. Fazê-lo usar os chinelos no vestiário da academia de natação e conseguir secar direito seus pés e dobras da pele depois do banho (ele não pára quieto!). Você também já passou por isso?
Então, para entendermos mais sobre o assunto, divido com vocês o artigo da nossa querida colunista, a dermatologista Tatiana Aline Steiner, especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Com a palavra, Dra. Tatiana:
Micose, afinal, o que é?
As micoses são lesões causadas por fungos que podem atingir a pele, as unhas e os cabelos. Os fungos estão em toda parte, podendo ser encontrados no solo, em animais e até mesmo na nossa pele, convivendo “pacificamente”, sem causar doença.
A queratina, substância encontrada na superfície cutânea, unhas e cabelos, é o seu “alimento”.
Tipos de micoses
Tinhas
São lesões avermelhadas, com descamação leve, nomeadas de acordo com o local que atingem: tinha capitis (cabelo), tinha corporis (corpo), tinha pedis (pé), tinha cruris (virilha) ou onicomicose (unhas).
Ptiríase versicolor
Micose muito superficial relacionada à oleosidade da pele e, portanto, mais comum em adolescentes. Manifesta-se como lesões arredondadas distribuídas no tórax, no dorso e no pescoço.
Cândida:
É popularmente conhecida nas crianças como “sapinho” e se observam plaquinhas brancas dentro da boca. No corpo, principalmente na região da virilha e bumbum, são lesões avermelhadas, com bordas bem demarcadas e pequenas lesões arredondadas na margem da área principal.
O que favorecem as micoses
Temperaturas quentes e ambiente úmido propiciam o crescimento e proliferação dos fungos, justificando a sua alta prevalência no verão. A transmissão ocorre por contato direto ou então pela proliferação excessiva daqueles que já vivem no corpo.
Quando a criança está com a imunidade baixa, fazendo uso de antibióticos ou corticoides a longo prazo, por exemplo, há maior facilidade para infecção.
Nas crianças menores, a micose mais comum é o sapinho, causado pela proliferação intensa de fungos que já vivem no organismo, geralmente desencadeada por referida queda na imunidade.
Como diagnosticar
É importante saber que nem toda mancha na pele que coça e descama é micose. As lesões típicas são geralmente áreas de coloração avermelhada, castanha ou esbranquiçada e têm sempre um pouco de descamação. Sua borda é bem evidente, demarcada, com o centro mais claro.
Em casos mais intensos, as placas podem apresentar pequenos pontos de pus. Aparecem em qualquer área da pele, mas são mais frequentes em área de dobras (quente e úmida), como virilha, pescoço e entre os dedos dos pés.
Na maioria das vezes, o diagnóstico da micose é feito pela apresentação clínica e, em situações especiais, é necessário o raspado da lesão: exame micológico direto.
Nesse exame, que é bem simples e feito no consultório, o dermatologista faz uma raspagem suave da pele e pesquisa a presença do fungo no microscópio.
Locais de risco, onde está o perigo?
Muitas vezes, os pais acreditam que a micose seja transmitida dentro da água de piscinas, mas não é o caso. O problema está nas áreas de acumulo de água quente, lugares quentes, úmidos e abafados, como vestiário, borda de piscina e áreas de “lava pés”. Por isso, as infecções são mais comuns no verão, quando há mais gente em locais públicos, como piscinas e vestiários.
Pegou micose. E agora?
A doença costuma aparecer alguns dias depois do contágio e o diagnóstico deve ser feito por um médico, já que o tratamento inadequado pode piorar o quadro, sendo micose ou não. Utilizar remédios e pomadas sem a recomendação médica pode gerar irritação na pele, alastrar a micose para outras regiões e ainda dificultar o diagnóstico.
O tratamento contra a micose é feito com a aplicação de remédios no local infectado ou então por via oral, quando localizada nas unhas ou no couro cabeludo.
Apenas o pediatra ou o dermatologista poderão determinar qual o melhor tratamento, a dose e o período ideal, mas as micoses levam, geralmente, seis semanas para serem curadas.
Durante este tempo, a criança deve evitar piscinas e lugares públicos. Também é importante que os avisem na escola que o pequeno está com micose.
Dicas para evitar micose na pele
- Mantenha as áreas de dobras da pele sempre secas
- Dê banho nas crianças após longas atividades físicas
- Não deixe sunga ou biquíni por tempo prolongado em contato com o corpo.
- Use roupas de algodão, pois elas absorvem melhor o suor
- Evite roupas quentes, justas e tecidos sintéticos, principalmente nas roupas de baixo. Prefira sempre tecidos leves e de algodão
- Não use objetos pessoais (roupas, calçados, pentes, toalhas, bonés etc) de outras pessoas
- Lave os cabelos com shampoo adequado, principalmente após um dia intenso de atividade e quando o cabelo transpirou muito.
- Evite contato com animais que estejam com manchas na pele
- Lave as mãos com frequência após tocar em animais domésticos
- Lave as roupas que foram utilizadas em atividades físicas. Não as reutilize
- Evite automedicação e receitas caseiras
- Use sandálias ou sapatos em ginásios, vestuários e piscinas. Evite deixar as crianças descalças em pisos constantemente úmidos (lava pés, vestiários etc).
Na época de férias, com direito à praia e piscina, é quando observamos aumento na incidência de micoses. Isso porque neste período aumenta o contato da pele das crianças com terra e areia, que podem abrigar fungos.
Soma-se a isso, o calor e a umidade, causando suor e pele molhada, criando um ambiente que facilita a contaminação e o crescimento dos fungos.
No entanto, durante os meses mais frios é comum o uso constante de meias. Quando os pés não são corretamente secos, ficando úmidos e abafados dentro das meias, cria-se um ambiente propício para a proliferação de fungos. Dessa forma, após o banho, seque bem os pés e entre os dedos das crianças, evitando umidade.
Felizmente, as crianças não são o alvo preferido dos fungos, mas é importante ficarmos atentas à pele das crianças e de toda a família.
Com seu olhar de mãe e médica, a dermatologista Tatiana Aline Steiner participa do blog com conteúdos para ajudar nós, mamães, diante dos desafios da maternidade, como quando nossos pequenos ficam doentes. Tatiana é mãe da Lorena e do Bruno, além de diretora técnica da Clínica DSkin – Unidade de Tratamentos. Site: www.denisesteiner.com.br
Gostou do post? Compartilhe esse conteúdo com seus amigos e nos ajude a levar informação de qualidade para mais famílias.
Beijos, da Mamãe Prática Fabi
Foto: Freeimages.com/ Leagun
Cadastre-se no Clube Mamãe Prática para receber nossos posts e novidades!