Logo nos dias seguintes que o Serginho nasceu, ainda na maternidade, percebi que ele estava um pouco amarelinho e já tive uma das minhas primeiras (de muitas) preocupações de mãe: será que ele tem icterícia? Isso é perigoso? E agora?
Felizmente não era nada grave e os profissionais de saúde do hospital explicaram que a icterícia, coloração amarelada da pele e da esclera (branco do olho), é algo comum em bebês saudáveis nos primeiros dias de vida e que logo isso iria passar (só precisávamos colocar o pequeno um pouquinho pra tomar sol e fazer o acompanhamento com o pediatra).
Pensando nas futuras mamães e mamães de primeira viagem que acompanham a gente, fui pesquisar um pouco mais sobre esse tema. Primeiramente, é importante entender que a icterícia fisiológica não é uma doença. Ela é uma manifestação clínica que acontece quando o sangue do bebê apresenta excesso de uma substância chamada bilirrubina. Os recém-nascidos tendem a ter níveis de bilirrubina mais elevados porque possuem hemácias extras no corpo, e seu fígado ainda não consegue metabolizar o excesso de bilirrubina.
A icterícia começa pela cabeça e progride para o restante do corpo. A pele fica amarelada primeiro na face, depois no tórax, no abdômen e nas pernas. Para se ter uma ideia de como isso é algo comum, entre 50 e 65% dos bebês nascidos depois de 37 semanas de gestação apresentam icterícia visível (acima de 5mg/dl – miligramas por decilitro de sangue), sendo que o pico acontece no segundo ou terceiro dias de vida.
No caso dos prematuros, esse índice sobre para 80% e o pico de bilirrubina acontece entre o quinto e o sétimo dia depois do parto. Em casos MUITO raros, recém-nascidos com icterícia podem sofrer danos neurológicos, mas isso só acontece quando os níveis de bilirrubina ficam extremamente elevados, por isso, é importante fazer o acompanhamento na maternidade e, após a alta, com um pediatra. A icterícia fisiológica dura cerca de quinze dias.
O que fazer
- O pediatra poderá solicitar um exame de sangue para medir a concentração de bilirrubina e definir se é necessário fazer algum tratamento que dependerá do dia em que a bilirrubina foi medida, do peso do bebê e do nível detectado, entre outros fatores.
- O sol ajuda o corpo a fabricar vitamina D e melhora a icterícia, por isso, normalmente nos casos de icterícia leve os médicos orientam apenas um banho de sol de 15 minutos, duas vezes ao dia, antes das 10h e depois das 16h.
- Em alguns casos mais moderados, o tratamento é feito com fototerapia quando o bebê é colocado em uma espécie de bercinho de luz (biliberço), sem roupa, com os olhos cobertos por uma máscara protetora. As luzes fluorescentes azuis ajudam a metabolizar a bilirrubina para que seja excretada pelo fígado.
- Em casos graves (bastante raros) pode ser necessária a internação do bebê para avaliação e tratamento específicos.
- Observe a coloração da pele do bebê à luz do dia. Se tiver dúvida quanto ao aumento da intensidade da icterícia, leve o bebê de volta na maternidade ou no seu pediatra para que seja examinado.
Encontrei esse vídeo com a médica neonatologista Graziella Pacheco Velloni que também ajuda a esclarecer o tema.
https://youtu.be/Cy9XQbl1sfQ
Fontes: ABC da Saúde, Pediatria em Foco, SOGESP-SP, Rede Dor São Luiz
Queridas mamães, espero que essas informações te ajudem a compreender melhor o assunto. Boa sorte e muita felicidade para as novas mamães e seus bebês!
Beijos, da Mamãe Prática Fabi
Foto: Estúdio V
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Oi, Fabi! Talvez seja coincidencia, já que eu nunca li nenhum estudo com essa comparação, mas observo que conheço um monte de mães brasileiras cujos bebês tiveram que tomar banho de luz no hospital. Aqui nos Estados Unidos, dentre meus amigos, eu nunca vi. Como disse, pode ser coincidencia, talvez porque eu conheça uito mais gente no Brasil 🙂 O fato é que esse banho de luz é bem traumático pra nova mãe e pra criança também, pois a separação ocorre. Já até vi casos que a amamentação foi prejudicada depois disso.
Beijinhos, Rita
oi Rita! Interessante seu ponto de vista… não sei se pode prejudicar a amamentação pelo fato do bebê ficar mais tempo longe da mãe, mas é um ponto a se pensar e questionar na maternidade sim. Obrigada pelo seu comentário 🙂 beijos, Fabi
Aí. . Não gosto nem de lembrar do aperto que passamos… Alice precisou fazer o exame da sangue e os níveis foram no limite.. a pediatra só deixou eu ir pra casa porque sabia que eu ia dar o banho de sol e tomar o chá de picao (eu tomei o chá eu não a Alice )… eu e meu marido ficamos questionando porque não se usa o banho de sol desde o primeiro dia em todos os bebes e as mães não tomam o chá tbm… Será que não evitaria a internação? ???
Nossa Heloá, imagino a sua angústia logo nos primeiros dias com a bebê. Não sabia que o médico poderia indicar esse tipo de chá, interessante! Obrigada pelo seu comentário, beijinhos, Fabi
Segundo a pediatra o chá de picao tem propriedades diureticas que passam pro bebê pelo leite… e ajuda na eliminação da bilirrubina. ..
Legal Heloá, obrigada pela dica! 🙂
Oi Dia.Bom dia, minha bebê teve icterícia no segundo dia de vida, fiquei apavorada pois qndo chegamos no hospital ela estava com uma febre de 40 graus, logo foi feito vários exames, inclusive de punção, graças a Deus e ao pediatra que nos atendeu, os exames dela deram todos ok.. Ela tomou banho de luzes durante 3 dias no hospital, eu e meu marido seguravamos no colo pq ela não ficava de jeito nenhum na incubadora.. Graças a Deus e a equipe que nos atendeu, minha filha hj gota de saúde, e toma vitamina D, além de banho de sol, o pediatra disse que o nível de bilirrubina dela estava em 20, um pouco alto, ela tomou antibiótico e hj está tudo normal com ela..fiquei preocupada na época pq não entendia nada sobre a doença pois sou mãe de primeira viagem..Bjs �
Olá Yvete,
Obrigada por compartilhar a sua experiência com a gente! Que bom que está tudo bem 🙂
Um beijo na princesinha,
Mamãe Prática Mari